A democratização do ensino básico

CURITIBA – Um ensino básico de qualidade é direito de todas as crianças e adolescentes e está assegurado tanto pela Constituição, quanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Por isso, as diretrizes curriculares do ensino básico passaram por mudanças, mas como realizar tais modificações pensando no papel e responsabilidade do professor dentro do espaço escolar?
Para Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar, o ambiente escolar recebe alunos de diversas culturas, relações familiares e com especificidades de sua região. E toda essa diversidade deve ser respeitada em sala de aula.
“Para que as instituições possam lidar e atender esta complexidade é necessário estruturar um currículo que tenha condições de atender a esta diversidade de maneira significativa para o professor e para os alunos, pois a realização deve acontecer para ambos os lados”, explica.
Segundo a especialista, esse desenvolver implica no planejamento do professor e na atuação do aluno em sala de aula. Já que ambos têm sua própria subjetividade que influenciam a organização. “O importante é que o professor ao planejar suas aulas possa compreender e refletir na presença do aluno com seus valores, potencialidades, dificuldades, história de vida e aprendizagens prévias, pois nos dias atuais a educação pensa no ser humano que estabelece o aprender desde sua vida uterina”, comenta.
Ana Regina lembra ainda, que é importante levar em consideração todas as estruturas cognitivas, afetivas e sociais do professor. Para que assim ele tenha a oportunidade de dedicar um tempo às pesquisas, estudos e trocas de experiências direcionadas dentro dos momentos de permanência sejam na escola ou na universidade.
Por isso, vale lembrar que a democratização do currículo, acaba permitindo que tanto as escolas, quanto professores se organizem em uma variedade de representações. Além de se ajustar aos mais diversos interesses e visões de mundo, desde que tenham o conhecimento necessário desse mundo, para que possam atuar com segurança de seus conhecimentos e estratégias em sala de aula junto com o aluno colocando-os no centro do diálogo sem assumir uma postura duvidosa em sua prática pedagógica. “A organização do currículo deve acontecer independentes da condição social, cognitiva ou geográfica em que se encontram professores, alunos e sociedade”, finaliza.