A Pátria de chuteiras

Assistir aos jogos da seleção não é recomendável a torcedores cardíacos. O último, cujo adversário foi a seleção da Costa Rica, foi um teste para o coração dos que acompanharam o jogo.
Embora analistas apontem nossa seleção como uma das mais eficazes em campo, os adversários têm se comportado na defensiva, jogando com times recuados, esperando o contra-ataque.
Formam verdadeiras muralhas no entorno do gol, ocupado por goleiros muito bons, protegidos por jogadores bem orientados, anulando as nossas estrelas e dificultando as finalizações da nossa seleção.
Este jogo, em especial, foi marcante no aspecto que dependemos dos nossos talentos individuais para levar a bom termo as finalizações com os chutes a gol. Empatar com a seleção brasileira tem sido considerado vitória para as demais, principalmente aquelas que não estão no círculo de campeãs do mundo.
Participei de um bolão premiado, com a previsão de uma vitória de 5×1 para o Brasil. Fui considerado demasiadamente otimista por alguns, mas o final do jogo, após o primeiro gol que obrigou a seleção adversária a buscar o empate (abrindo espaço para nossos atacantes), demonstrou que o resultado seria possível.
Mas a copa ainda não empolga como de costume e a frase de Nelson Rodrigues “A Pátria de chuteiras “, usada como slogan na copa de 2014, ainda não aconteceu. Os torcedores, cada vez mais desiludidos com o que vivemos no país, não estão devidamente motivados e otimistas com a seleção.
Virar este jogo proporcionando alegria e esperança aos brasileiros é a tarefa que nos espera após a copa. Que venha a Vitória, não só no futebol, mas também na composição e atuação do governo que se instalará em janeiro. A população, como convém a um bom técnico, caberá escalar bem o time que entrará em campo.

*Rogério Lorenzetti, ex-prefeito de Paranavaí, período de 2009/2016