Ação conjunta para conter avanço de doença que ameaça os pomares
Sob a coordenação de cooperativas, empresas e com apoio do governo estadual, os trabalhos de pulverização começaram ontem e só terminam no sábado, dia 19.
Vai ser a segunda vez este ano que uma mobilização de produtores é organizada para combater a doença. A primeira foi em maio e, segundo o especialista da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), José Croce Filho, essa é a maneira mais eficaz de controle.
O greening, que muitos produtores chamam de “doença do ramo amarelo” e os especialistas identificam como hunglonbing (HBL), é a enfermidade mais destrutiva dos pomares, para a qual ainda não existe tratamento.
FOCO – Croce explica que só realizando um manejo com várias frentes simultâneas de combate ao inseto é possível tornar mais lenta a sua propagação. “Todos os citricultores têm que fazer a sua parte, se um único se omitir, sua propriedade pode se tornar um foco de disseminação da doença para a vizinhança”, adverte.
O combate ao psilídeo é uma exigência da Instrução Normativa 53, editada em 2008 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa), pela qual o produtor infrator pode ser autuado.
Além da aplicação de produto químico, orienta o especialista da Adapar, o citricultor precisa fazer a eliminação de árvores doentes. E, nas cidades, a população também deve colaborar, erradicando a principal planta hospedeira do inseto, a murta, utilizada para fins ornamentais.
INFESTAÇÃO – Combater o vetor da doença e tomar todos os cuidados são medidas indispensáveis, de acordo com Croce, porque o greening pode tornar a citricultura inviável economicamente em poucos anos.
No Estado de São Paulo, cita, onde ações efetivas demoraram a acontecer, o nível de infestação dos talhões já é próximo de 20% e, em muitas regiões, pomares improdutivos estão dando lugar a outras culturas. O Estado é o maior produtor mundial de suco de laranja. No Paraná, onde o manejo é feito há mais tempo, a infestação varia entre 2% e 4% nas principais regiões (noroeste e norte do Estado).
Croce explica que depois de instalada, a doença reduz drasticamente a produtividade dos pomares a partir de três ou quatro anos. (Flamma)
“O problema é muito sério”, afirma o citricultor
“O problema é muito sério”, afirma o citricultor João Pasquali, que possui 290 hectares de pomares de laranja em Alto Paraná, município da região de Paranavaí. Na atividade há 20 anos,
Pasquali diz se considerar um produtor consciente de suas responsabilidades, tomando todas as providências e cuidados recomendados pelos técnicos. Mesmo assim, vê o número de árvores infectadas em seus pomares aumentar a cada ano. “É uma doença terrível”, finaliza.
SERVIÇO:
Participam do manejo integrado de combate ao psilídeo os produtores integrantes das cooperativas Cocamar e Integrada e as empresas Citri (Paranavaí) e Nova (Nova América da Colina), com apoio da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).