Advogado, comovido, se propõe fazer a ação gratuitamente

A sexta-feira (15) não terminou bem para a família Pereira que luta para obter a guarda da pequena Heloísa Barbosa Moreno. Ela foi identificada essa semana em um exame de DNA, filha de Patrícia Barbosa Pereira. As duas desapareceram em janeiro de 2014.
A avó Nice Barbosa dos Santos Pereira e seu filho Diego Barbosa Pereira foram até a Defensoria Pública de Paranavaí e descobriram que o caso deles não poderia ser feito gratuitamente neste serviço.
Sem recursos, teriam que arrumar dinheiro para entrar com a ação. Porém, na manhã deste sábado, tiveram a surpresa de receber um telefonema do advogado Adelson Gomes Caetano. Comovido com a história, se propôs a assumir o caso gratuitamente. Por volta das 10h30 o advogado se reuniu com avó e tio de Heloísa na casa da família, localizada no Jardim Morumbi.
LEU A MATÉRIA – O advogado disse que leu a matéria do Diário do Noroeste (DN) que falava da falta de recursos para contratar um defensor. Comovido com a história, imaginou a aflição da família, falou com a redação do DN, pedindo o  contato dos familiares.
“Perdi minha mãe recentemente e me lembrei do seu ensinamento que de não vale passar por essa vida sem fazer o bem para alguém. Coloquei-me no lugar desta avó e pensei que poderia fazer a diferença neste momento de sua vida. Por isso, me disponho a assumir o caso gratuitamente”.
CONSENSUALIDADE – Caetano informou que ainda na manhã de ontem faria contato com Luiz Carlos Mânica, delegado chefe da 8ª Subdivisão Policial (8ª SDP). Ele pedirá para ter acesso ao exame de DNA que confirma que Heloísa é neta da dona Nice.
O advogado disse que manterá contato com o defensor da família que hoje tem a guarda da criança. A intenção é conversar e juntos encontrar uma solução menos traumática para a menina.
“A justiça tem os seus trâmites e isso demandará um tempo. Porém, acredito que se houver a consensualidade tudo ficará mais rápido. Mesmo sem conversar com a família que tem a guarda da criança, acredito que também está preocupada com o bem-estar da Heloísa. Como o desejo é de ambas as partes, penso que essa convergência pode promover a agilidade necessária que o caso exige”, afirmou o advogado.
RELEMBRE O CASO – Na quinta-feira o delegado chefe da 8ª SDP recebeu o resultado do exame de DNA que confirmou que a criança encontrada na região de Loanda é Heloísa Barbosa Moreno. Ela havia desaparecido em janeiro de 2014 juntamente com a mãe. Na época o bebê tinha 20 dias de nascimento.
Durante todo o período do desaparecimento os investigadores da Polícia Civil conseguiram judicialmente quebrar o sigilo telefônico de suspeitos. Realizaram exames com produtos (luminol) que indicam indícios de sangue em locais imperceptíveis aos olhos humanos.
Também foram realizadas diversas diligências em locais indicados por denúncias anônimas. Apesar dos esforços, de nada adiantou as incursões e em todo o período as investigações não evoluíram para uma prova concreta.
Agora a investigação continua com o objetivo de encontrar Patrícia Barbosa Pereira. Na sexta-feira policiais de Paranavaí e Loanda estiveram em Querência do Norte para tentar localizar a mulher que apareceu com o bebê há quase dois anos e fez um registro falso.
A mulher na época inventou a história de uma gravidez por inseminação artificial e que o parto teria sido realizado em casa. Ela estaria morando em um assentamento. Seu depoimento é fundamental para o sucesso das investigações.
A menina hoje tem dois anos e cinco meses e mora com uma família que tem a guarda provisória. Eles estavam adotando a criança quando surgiram indícios que a menina poderia ser a criança desaparecida em Paranavaí. Com a suspeita o Poder Judiciário de Loanda suspendeu o processo de adoção e deu apenas a guarda provisória.