Agentes encontram 53 focos de larvas de mosquito no primeiro dia do Lira

Ontem foi o primeiro dia do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira), em Paranavaí. Durante o dia, a equipe de agentes de controle de endemias encontrou 53 criadouros de larvas e fez coletas para posterior análise laboratorial. A quantidade de focos revela que os moradores não estão tomando os devidos cuidados para evitar a proliferação do mosquito.
O resultado não poderia ser diferente: a cidade enfrenta epidemia de dengue. Para se ter uma ideia, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019, foram registrados 4.294 pacientes com sintomas da doença. Desse total, 1.505 casos foram confirmados. Outros 600 estão sendo investigados, o que poderá aumentar ainda mais os números.
A situação de Paranavaí não é isolada. Outros municípios do Noroeste do Paraná também estão em epidemia de dengue. De acordo com o boletim divulgado na tarde de ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), é o mesmo que ocorre em Diamante do Norte, Guairaçá, Inajá, Paraíso do Norte, Santa Isabel do Ivaí e Tamboara.
Conforme avaliação da 14ª Regional de Saúde, uma somatória de problemas arrastou o Noroeste do Paraná a este cenário perigoso. Se por um lado a população não agiu da maneira como deveria, para evitar o surgimento de focos do Aedes aegypti, o poder público também falhou ao deixar de adotar medidas enérgicas de punição.
Além disso, a falta do veneno para matar o mosquito adulto compromete os trabalhos de bloqueio para acabar com a circulação viral. O inseticida não é distribuído para estados e municípios desde a metade de 2019. A expectativa é que seja liberado a partir de fevereiro.
Enquanto isso, a orientação da diretora da Vigilância em Saúde de Paranavaí, Keila Stelato, para os moradores é que não descuidem em momento algum da limpeza dos quintais e estejam sempre atentos ao acúmulo de água em mangueiras de ar condicionado, vasos de plantas, bandejas de geladeiras e calhas. Ela afirmou que é preciso “montar estratégia dentro de casa para fiscalizar o quintal sempre após as chuvas ou no mínimo semanalmente”.