Além do campo, estiagem tem efeitos sobre produção industrial da mandioca
REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
A falta de chuva tem dificultado o arranquio de mandioca em propriedades de todo o Noroeste do Paraná. Com a estiagem que se prolonga desde 15 de julho, o solo fica arenoso, condição que provoca perdas durante a colheita. Por isso, muitos produtores pararam as atividades.
Os reflexos dessa situação podem ser percebidos na indústria. Vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), João Eduardo Pasquini afirmou que nem todas estão operando com capacidade total. Há casos em que a produção industrial teve redução de 30%.
O problema poderia ser maior e ter atingido grande número de indústrias. De acordo com Pasquini, em longos períodos de seca, como agora, é comum funcionar com apenas 50%, 60%, já que falta matéria-prima para abastecer o setor industrial.
Para evitar que isso aconteça, a indústria do Paraná tem buscado mandioca em outros estados, como é o caso de Minas Gerais. Sem encontrar espaço no mercado nordestino e com excesso de produção, os mandiocultores mineiros estão fechando negócios com os paranaenses. E com preços menores do que os praticados aqui.
Sendo assim, os efeitos não são significativos por enquanto. Mas se demorar muito para chover pode haver aumento de custos para os produtores rurais, o que encareceria valor da raiz e também afetaria a indústria de maneira mais severa, conforme avaliação feita pelo vice-presidente da Abam.