Alta nos preços compromete as vendas de feijão em Paranavaí

A alta nos preços do feijão já compromete as vendas em supermercados de Paranavaí. Os clientes estão comprando menos e optando por marcas de menor qualidade e, portanto, mais baratas. Para se ter uma ideia, o valor médio do alimento em um estabelecimento da cidade é R$ 7,98.
O gerente de loja Marcos Colli informou que as elevações foram ocorrendo gradativamente. Com isso, o pacote de feijão de menor preço, que custava R$ 2,49, passou a ser comercializado por R$ 6,41. O valor mais alto praticado no supermercado é R$ 9,61.
A expectativa é que não haja novos acréscimos, mas os patamares elevados deverão se manter por aproximadamente dois meses, conforme previsão feita por Colli. “Estamos aguardando para ver como o mercado vai se comportar.”
Pesquisador do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), Ênio Luiz Debarba apontou um conjunto de fatores que explicam os altos preços do feijão. O de maior destaque está relacionado às condições do tempo.
O período de estiagem durante os processos de floração e granação do feijão comprometeram o desenvolvimento. Houve casos em que lavouras inteiras foram perdidas por causa da estiagem, que também favorece o surgimento de lagartas e doenças.
Segundo Debarba, a área de plantação de feijão em municípios do Noroeste do Paraná é extremamente reduzida. Por isso, é necessário comprar o produto em outros centros comerciais, o que aumenta os custos dos supermercados e, por consequência, os valores repassados aos consumidores.
O pesquisador do Deral fez uma comparação dos preços de atacado praticados em anos anteriores e em 2019. Em fevereiro de 2017, a saca de 60 quilos era vendida por R$ 130. No mesmo período de 2018, R$ 120. Com os problemas enfrentados pelos produtores ao longo da safra atual, o valor chegou a R$ 450.
A esperança é que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tenha estoques de feijão e disponibilize o produto para equilibrar o mercado. Se isso acontecer, é possível que os preços caiam antes mesmo da próxima safra.
(f/414)
Consumidores estão levando menores quantidades do alimento para casa
Foto: Fabiano Vaz Fracarolli

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