Ameaçada, Espanha de Casillas precisa vencer no Maracanã

RIO DE JANEIRO – Quando criança, Iker Casillas uma vez se esqueceu de jogar na loteria que seu pai havia lhe entregue. Houvesse o bilhete, sua família teria saído da pobreza: os prognósticos estavam certos.
Os Casillas por fim ficaram milionários pelas mãos do garoto. Mas, para referendar o ditado, dinheiro não trouxe só felicidade. Meses atrás, o goleiro afastou o pai da direção de sua empresa.
O imbróglio familiar é só mais um dos enfrentados pelo capitão espanhol desde que ergueu a taça da Copa do Mundo, quatro anos atrás.
Do mais recente deles, ele tenta se recuperar hoje, em jogo decisivo com o Chile no Maracanã, às 16h. Goleados na estreia pela Holanda, os atuais campeões mundiais precisam vencer.
Se ganharem, Chile e Holanda (contra a Austrália, às 13h) definem o Grupo B.
Situação inesperada para quem, como Casillas, chegou ao Brasil com planos de se tornar o primeiro homem a erguer duas vezes a Taça Fifa.
Falhando ao sair do gol, entregando a bola para os holandeses, sendo vazado cinco vezes, ele teve que engolir críticas como a de Maradona: "Gostaria de lembrar meu amigo Mourinho, que disse que Casillas não era goleiro para o Real Madrid".
Ontem, Mourinho, o técnico que botou Casillas no banco do Real, disse que, se dependesse dele, o goleiro continuaria titular da seleção. Não exatamente porque goste dele: "Uma má partida não é suficiente para mudar".
Mourinho foi-se do Real sem ganhar a Liga dos Campeões. Casillas ficou e venceu o campeonato novamente, no mês passado. O choro sem fim após o jogo denotava não são só a felicidade do triunfo: eram lágrimas de um goleiro que sabia que tinha falhado naquela noite, no gol do Atlético de Madri.
Nesta Copa, a estreia fez Casillas perder a chance de se tornar o goleiro com maior invencibilidade da história e reviveu as críticas dos catalães a qualquer um que não jogue no Barcelona. Ele pediu perdão: "A pior exibição da minha vida na seleção".

ESPANHA
Casillas; Juanfran, Sergio Ramos, Piqué e Jordi Alba; Busquets, Xabi Alonso (Koke), Xavi (Mota) e Iniesta; Diego Costa e David Silva. T.: Vicente Del Bosque

CHILE
Bravo; Isla, Gary Medel, Silva, Jara e Mena; Aránguiz, Marcelo Díaz e Valdivia (Vidal); Vargas e Alexis Sánchez. T.: Jorge Sampaoli

Estádio: Maracanã, no Rio
Horário: 16h
Árbitro: Mark Geiger (EUA)
NA TV: Globo, Band, ESPN Brasil, Sportv e Fox Sports