Anfitrião da Copa, Brasil despenca em ranking

Pela terceira vez durante a era Mano Menezes, a seleção brasileira quebrou seu recorde de posição mais baixa da história do ranking da Fifa.
Mas a queda livre iniciada em 2010, que levou o único país pentacampeão mundial da terceira à 14ª colocação em dois anos, vai muito além dos resultados de Neymar e companhia dentro de campo.
As explicações para o declínio brasileiro no ranking passam também pelas ausências nas eliminatórias da Copa de 2014 e pelo nível dos rivais enfrentados pela equipe.
O tipo do jogo e a qualidade e a localização do adversário são fatores que pesam no complicado cálculo usado pela Fifa para determinar a classificação de seleções.
Uma partida de eliminatórias de Copa ou da fase classificatória da Euro tem peso 2,5 na multiplicação que define a pontuação de uma equipe. O mesmo confronto em um amistoso vale só 1.
Ou seja, não participar do classificatório para um Mundial, caso do Brasil de Mano, classificado antecipadamente para 2014 por ser país-sede, significa uma pesadíssima desvantagem no ranking.
Desde a primeira edição do ranking, em agosto de 1993, a única seleção anfitriã que não sofreu com esse declínio antes da competição que organizou foi a França, campeã mundial em casa em 1998.
Assim como o Brasil de hoje, a poderosa Alemanha também chegou à pior posição no ranking de sua história no período que antecedeu o Mundial que abrigou, em 2006.
Os alemães caíram da quinta posição que ocupavam logo depois do vice-campeonato mundial de 2002 para o 22º lugar em março de 2006, às vésperas da Copa.
O continente do seu adversário é o outro ponto determinante na pontuação e que turbina as eliminatórias europeias e sul-americanas, que têm peso 1. Se o rival vem de outro continente, esse fator sempre será menor que 0,9.
Das 12 partidas marcadas pela CBF para 2012, só a metade é contra seleções filiadas à Uefa ou à Conmebol.
Como a posição que o rival ocupa no ranking da Fifa também tem valor na pontuação do jogo, goleadas como o 8 a 0 aplicado pelo Brasil sobre a China (85ª do mundo) acabam tendo uma relevância praticamente nula.
A vitória em Recife, no mês passado, rendeu à seleção de Mano 340,38 pontos. Como comparação, o 4 a 0 da Colômbia sobre o Uruguai, pelas eliminatórias sul-americanas, valeu mais do que o quádruplo: 1.462,50 pontos.
Isso ajuda a explicar a razão de os colombianos, vice-líderes do classificatórias terem ganhado 13 posições nos últimos 30 dias e entrado no top 10: ocupam o nono lugar.
Já o Brasil, apesar de três vitórias nos três jogos que disputou no mês de setembro, perdeu três colocações.
A liderança do ranking continua com a Espanha, atual campeã mundial e bi europeia. Alemanha, Portugal, Argentina e Inglaterra aparecem logo na sequência.

CONFIRA OS 15 PRIMEIROS COLOCADOS DO RANKING
1º Espanha    1.611
2º Alemanha    1.469
3º Portugal    1.259
4º Argentina    1.208
5º Inglaterra    1.196
6º Holanda    1.141
7º Uruguai    1.140
8º Itália    1.106
9º Colômbia    1.102
10º Grécia    1.029
11º Croácia    1.023
12º Rússia    1.014
13º França    1.011
14º Brasil    1.001
15º Suíça    983