Anita Prestes ministra palestra sobre a história da política brasileira

Hoje, às 19h30, o curso de história da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) vai oferecer uma palestra sobre a história da política brasileira no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa com Anita Leocádia Prestes, professora de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O evento que tem o apoio da Fundação Cultural faz parte das atividades de greve da Unespar. A entrada é gratuita.
Filha de Luís Carlos Prestes e Olga Benário, dois dos mais importantes personagens da história brasileira do Século XX, Anita dedicou a carreira a se aprofundar em movimentos políticos e sociais do Brasil.
Nos últimos 20 anos, publicou mais de dez livros sobre a trajetória do pai, militarismo, tenentismo e as transformações da política nacional. Viajou por todo o país realizando palestras e discutindo sobre temas de grande relevância para a sociedade brasileira.
Em Paranavaí, Anita Prestes pretende falar sobre movimentos populares contemporâneos e políticas de esquerda.
A palestrante adianta que vai fazer uma análise sobre a atuação da Aliança Nacional Libertadora (ANL), formada em 1935 por lideranças dos setores mais representativos da sociedade, que tinha como objetivo impedir o avanço do integralismo no Brasil e contribuir para a diminuição do fascismo no mundo. O movimento também lutava contra a dominação imperialista e a formação de latifúndios.
Luís Carlos Prestes, pai de Anita, se tornou famoso no Brasil pela liderança da Coluna Prestes, grupo que era ligado ao tenentismo e que não compactuava com a política da República Velha. Para fortalecer o movimento, Prestes viajava o Brasil denunciando a miséria, pobreza e a exploração política dos menos favorecidos.
Olga Benário, mãe de Anita, era uma jovem judia que ganhou grande visibilidade no Partido Comunista Alemão. Em 1934, veio ao Brasil para ajudar Prestes no desenvolvimento do partido local. Com a Intentona Comunista, tentaram um golpe de estado contra o Governo Vargas, mas foram traídos por muitos companheiros.
O casal foi encontrado na clandestinidade em 1936 e enviado para a prisão. Grávida, Olga foi deportada para a Alemanha e presa pela Gestapo no dia 18 de outubro de 1936. No mesmo ano, a encaminharam para o Presídio Feminino de Barnimstraße.
Após o nascimento da filha, os nazistas aguardaram o fim do período de amamentação e entregaram Anita para a avó Leocádia. Olga morreu aos 34 anos na câmara de gás do campo de concentração de Bernburg em 23 de abril de 1942. A história foi transformada em livro pelo jornalista Fernando Morais em 2004. Dez anos depois, Jayme Monjardim adaptou a obra para o cinema. (Por David Arioch, da Fundação Cultural)