Aplicativos com sistema VPN podem burlar bloqueio ao WhatsApp
Com o bloqueio do WhatsApp no Brasil, muitos usuários podem aderir a aplicativos com sistemas VPN (redes virtuais privadas) gratuitos para burlar o veto e continuar mandando e recebendo mensagens.
Esses sistemas permitem que o usuário pareça estar acessando a internet de outro país que não o Brasil, o que faz com que o WhatsApp seja acessível, já que o bloqueio foi feito só aqui (em países que impõem controle da rede, caso da China, é comum que os internautas usem VPNs para fugir da barreira da censura).
O problema é que as VPNs também podem causar riscos: a empresa ou organização mantenedora da ferramenta poderia, em teoria, ter acesso aos seus dados (conversas ou outras informações que você transmitiu na conexão).
Além disso, a conexão pode ficar lenta e, claro, a pessoa do outro lado também precisa estar acessando o WhatsApp de alguma forma.
"Toda a sua navegação sairá por esse novo servidor. Engana-se aquele que pensar que será apenas as mensagens do WhatsApp", afirma Wanderson Castilho, especialista em crimes digitais. "É um risco. Será realmente preciso passar por isso?"
O consultor de segurança da informação Vinícius K-Max diz que é melhor evitar as opções grátis -há várias opções delas nas lojas de aplicativos da Apple e do Google.
"Qualquer medida gratuita é desaconselhável porque, se alguém está oferecendo uma VPN grátis, deve estar lucrando de outra forma, possivelmente por meio da inserção de anúncios na sua navegação ou monitoramento da sua navegação, o que é um grande risco de invasão de privacidade", ele me disse.
"A opção menos arriscada é contratar um serviço com reputação e conectar nele por meio da opção de acesso à VPN do próprio sistema operacional. Tanto o Android quanto o iOS oferecem esse recurso."
Paulo Lício de Geus, professor-associado do Instituto de Computação da Unicamp, discorda. Ele diz que há, sim, opções grátis: o indicado é procurar por aquelas que sejam baseadas em código aberto (caso do sistema Openvpn, conceituada rede para PCs), em que a comunidade pode verificar a segurança.
"Tem gente que fica investigando. Neles, se houvesse um modo de escapar dados, já teria sido descoberto", afirma o professor.
Mais seguro talvez seja migrar para outras plataformas, como o Viber ou o Telegram nessas 72 horas de indisponibilidade.
PROCESSO – O processo que justificou a decisão do juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), de determinar o bloqueio do WhatsApp no Brasil por 72 horas é o mesmo que levou à prisão do principal executivo do Facebook na América Latina, Diego Dzodan, em março -ele foi solto após uma noite na cadeia, em São Paulo.
O magistrado afirma, em nota, que tomou a decisão em razão de a companhia não cumprir a determinação judicial de quebrar o sigilo de mensagens trocadas no aplicativo para uma investigação da Polícia Federal sobre tráfico de drogas em Lagarto. Segundo ele, a medida tem parecer favorável do Ministério Público.
A investigação da Polícia Federal em Sergipe começou no fim do ano passado, após uma apreensão de drogas em Lagarto -a quadrilha teria atuação também em outros Estados, como São Paulo. Foi pedido, então, que o WhatsApp repassasse dados sobre a localização e a identificação de suspeitos de tráfico, mas a companhia não divulgou as informações. (da Folhapress)
Esses sistemas permitem que o usuário pareça estar acessando a internet de outro país que não o Brasil, o que faz com que o WhatsApp seja acessível, já que o bloqueio foi feito só aqui (em países que impõem controle da rede, caso da China, é comum que os internautas usem VPNs para fugir da barreira da censura).
O problema é que as VPNs também podem causar riscos: a empresa ou organização mantenedora da ferramenta poderia, em teoria, ter acesso aos seus dados (conversas ou outras informações que você transmitiu na conexão).
Além disso, a conexão pode ficar lenta e, claro, a pessoa do outro lado também precisa estar acessando o WhatsApp de alguma forma.
"Toda a sua navegação sairá por esse novo servidor. Engana-se aquele que pensar que será apenas as mensagens do WhatsApp", afirma Wanderson Castilho, especialista em crimes digitais. "É um risco. Será realmente preciso passar por isso?"
O consultor de segurança da informação Vinícius K-Max diz que é melhor evitar as opções grátis -há várias opções delas nas lojas de aplicativos da Apple e do Google.
"Qualquer medida gratuita é desaconselhável porque, se alguém está oferecendo uma VPN grátis, deve estar lucrando de outra forma, possivelmente por meio da inserção de anúncios na sua navegação ou monitoramento da sua navegação, o que é um grande risco de invasão de privacidade", ele me disse.
"A opção menos arriscada é contratar um serviço com reputação e conectar nele por meio da opção de acesso à VPN do próprio sistema operacional. Tanto o Android quanto o iOS oferecem esse recurso."
Paulo Lício de Geus, professor-associado do Instituto de Computação da Unicamp, discorda. Ele diz que há, sim, opções grátis: o indicado é procurar por aquelas que sejam baseadas em código aberto (caso do sistema Openvpn, conceituada rede para PCs), em que a comunidade pode verificar a segurança.
"Tem gente que fica investigando. Neles, se houvesse um modo de escapar dados, já teria sido descoberto", afirma o professor.
Mais seguro talvez seja migrar para outras plataformas, como o Viber ou o Telegram nessas 72 horas de indisponibilidade.
PROCESSO – O processo que justificou a decisão do juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), de determinar o bloqueio do WhatsApp no Brasil por 72 horas é o mesmo que levou à prisão do principal executivo do Facebook na América Latina, Diego Dzodan, em março -ele foi solto após uma noite na cadeia, em São Paulo.
O magistrado afirma, em nota, que tomou a decisão em razão de a companhia não cumprir a determinação judicial de quebrar o sigilo de mensagens trocadas no aplicativo para uma investigação da Polícia Federal sobre tráfico de drogas em Lagarto. Segundo ele, a medida tem parecer favorável do Ministério Público.
A investigação da Polícia Federal em Sergipe começou no fim do ano passado, após uma apreensão de drogas em Lagarto -a quadrilha teria atuação também em outros Estados, como São Paulo. Foi pedido, então, que o WhatsApp repassasse dados sobre a localização e a identificação de suspeitos de tráfico, mas a companhia não divulgou as informações. (da Folhapress)