Após discussões no Supremo, Barbosa pede desculpas a Lewandowski
Pela primeira vez em quase três meses de julgamento e uma série de embates, o relator do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, pediu desculpas ontem ao colega Ricardo Lewandowski, por seu "comportamento exacerbado".
Ao longo da sessão de ontem, Barbosa e Lewandowski protagonizaram trocas de acusações. Em um dos momentos mais duros da discussão, Barbosa insinuou que o colega "advogava" para os réus e ouviu de volta que "integrava a acusação e era membro do Ministério Público", lembrando a origem do relator no mundo jurídico.
Barbosa disse que seu comportamento foi motivado pela preocupação com a demora para a fixação das penas dos réus condenados.
"Estou muito preocupado com o andamento e isso tem levado a me exceder e isso me levou a ao rebater de maneira exacerbada o colega Ricardo Lewandowski a quem peço desculpas pelo excesso", disse. Lewandowski não fez nenhum comentário.
Após ser derrotado pelo plenário na discussão sobre a pena de Valério por corrupção ativa no caso de desvio de recursos ligados ao Banco do Brasil, Barbosa disse que "por vezes nosso sistema de Justiça penal é risível".
"Estamos discutindo a pena a ser aplicada a um homem que fez o que fez contra o Estado brasileiro. Na prática, ele não cumprirá seis meses de prisão, no máximo quatro meses", disse o relator.
O revisor retrucou. "Ele não cumprirá essa pena isolada. Vai cumprir penas que, no meu cálculo, já ultrapassam duas décadas. Vossa Excelência acha isso pouco?", disse.
Barbosa disse que achava pouco, o que o revisor discordou. "Vossa Excelência advoga para eles?", questionou então o relator. "Está sempre defendendo".
"Eu não, Vossa Excelência integra a acusação? É membro do Ministério Público?", respondeu Lewandowski.
O presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, tentou interferir para apartar a discussão, mas ouviu do relator que estaria incomodado com possíveis críticas, o que o presidente do tribunal negou.
"Tudo bem" – Ayres Britto minimizou ontem as tumultuadas sessões para a definição das penas dos réus condenados no mensalão.
Segundo o presidente da Corte, "está tudo correndo muito bem" e não falta experiência aos ministros para definir o tamanho da punição dos réus.
"Isso é tão natural, tão normal. Metodologia é assim mesmo. É uma fase em que você tem que fazer ponderações criteriosas, detalhadas. Não estranho nada. Acho que está tudo correndo muito bem", afirmou.
Ele explicou que considera normal o andamento do caso porque todas as garantias processuais dos réus estão sendo observadas pelo Supremo. "É por isso que na minha avaliação está tudo correndo muito bem", completou.
Ao longo da sessão de ontem, Barbosa e Lewandowski protagonizaram trocas de acusações. Em um dos momentos mais duros da discussão, Barbosa insinuou que o colega "advogava" para os réus e ouviu de volta que "integrava a acusação e era membro do Ministério Público", lembrando a origem do relator no mundo jurídico.
Barbosa disse que seu comportamento foi motivado pela preocupação com a demora para a fixação das penas dos réus condenados.
"Estou muito preocupado com o andamento e isso tem levado a me exceder e isso me levou a ao rebater de maneira exacerbada o colega Ricardo Lewandowski a quem peço desculpas pelo excesso", disse. Lewandowski não fez nenhum comentário.
Após ser derrotado pelo plenário na discussão sobre a pena de Valério por corrupção ativa no caso de desvio de recursos ligados ao Banco do Brasil, Barbosa disse que "por vezes nosso sistema de Justiça penal é risível".
"Estamos discutindo a pena a ser aplicada a um homem que fez o que fez contra o Estado brasileiro. Na prática, ele não cumprirá seis meses de prisão, no máximo quatro meses", disse o relator.
O revisor retrucou. "Ele não cumprirá essa pena isolada. Vai cumprir penas que, no meu cálculo, já ultrapassam duas décadas. Vossa Excelência acha isso pouco?", disse.
Barbosa disse que achava pouco, o que o revisor discordou. "Vossa Excelência advoga para eles?", questionou então o relator. "Está sempre defendendo".
"Eu não, Vossa Excelência integra a acusação? É membro do Ministério Público?", respondeu Lewandowski.
O presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, tentou interferir para apartar a discussão, mas ouviu do relator que estaria incomodado com possíveis críticas, o que o presidente do tribunal negou.
"Tudo bem" – Ayres Britto minimizou ontem as tumultuadas sessões para a definição das penas dos réus condenados no mensalão.
Segundo o presidente da Corte, "está tudo correndo muito bem" e não falta experiência aos ministros para definir o tamanho da punição dos réus.
"Isso é tão natural, tão normal. Metodologia é assim mesmo. É uma fase em que você tem que fazer ponderações criteriosas, detalhadas. Não estranho nada. Acho que está tudo correndo muito bem", afirmou.
Ele explicou que considera normal o andamento do caso porque todas as garantias processuais dos réus estão sendo observadas pelo Supremo. "É por isso que na minha avaliação está tudo correndo muito bem", completou.