Após duas fugas, cadeia de Terra Rica é desativada

A Cadeia Pública de Terra Rica está desativada desde a noite da segunda-feira. A unidade, que chegou a abrigar 58 presos, tinha estrutura projetada para apenas oito pessoas. Agora, está vazia.
O prédio passará por reforma e só depois disso voltará a receber detentos. E não há prazo para isso ocorrer, isso porque a Divisão de Infraestrutura ainda vai planejar e executar a reforma para posterior volta à normalidade.   
A maioria dos 36 detentos foi transferida para Maringá, sendo 17 para a Penitenciária Estadual e dez para o Centro de Detenção Provisória. 
Paranavaí, unidade também com problemas de superlotação, recebeu cinco detentos de Terra Rica, enquanto Colorado abrigou outros quatro. 
O delegado Luiz Carlos Mânica, chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, explicou que a cadeia local recebeu detentos em fase final de cumprimento de pena. Alguns poderão até progredir de regime, de acordo com a definição do Poder Judiciário.
Mânica também falou que a transferência de presos alivia uma situação crítica vivida em Terra Rica. Como lembrou, já havia ordem judicial de interdição da unidade daquela cidade.
AVALIAÇÃO – Mânica avalia que a cadeia de Paranavaí tem uma estrutura melhor e mais agentes penitenciários, no entanto, também vive o problema da superlotação. A estrutura, para acomodar até 96 pessoas (número de camas), chega a abrigar 300 detentos.
No último mês de dezembro, cinco presos conseguiram fugir da unidade, encerrando um longo período sem fugas, desde 2012. Na ocasião um agente deixou a porta da cela sem travar, considerado na época um erro operacional, portanto, sem intenção.   
Com a transferência de Terra Rica concluída, o que na prática cumpre a determinação judicial de interdição que estava em vigor, a cidade terá que mandar seus eventuais novos presos para outras unidades. Mânica informa que a unidade escolhida pela Depen é Loanda.
CASOS – A situação de Terra Rica ficou insustentável no último domingo quando a cadeia registrou a segunda fuga em 15 dias. Na primeira delas, 15 detentos ganharam a liberdade após cavar um buraco a partir do vaso sanitário de uma das celas. Seis acabaram recapturados.
Na segunda fuga outros oito presos fugiram, desta vez fazendo um buraco na parede do solário. Nesse grupo havia dois detentos reincidentes, recapturados após a primeira fuga. Um deles até debochou da situação, afirmando que fugiria novamente. Cumpriu a promessa. Até ontem à tarde nenhum havia sido recapturado.