Após medalha, pugilista e presidente batem boca

Após conquistar a medalha de bronze na categoria peso leve (até 60 kg) dos Jogos Olímpicos de Londres, a pugilista Adriana Araújo, 30, criticou o presidente da CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe), Mauro José da Silva.

Adriana conquistou o bronze após perder na semifinal para a russa Sofya Ochigava por 17 a 11 -a modalidade não tem disputa de terceiro lugar. Sofya vai disputar o ouro contra a irlandesa Katie Taylor, tetracampeã mundial, que venceu Mavzuna Chorieva.

"A Confederação tem que ver os atletas que tem no Brasil e parar de ficar criticando. O boxe precisa ser mais valorizado", disse Adriana Araújo, afirmando que foi desvalorizada pelo presidente da CBBoxe antes da competição.

"Ele despreza o boxe, não só o masculino, mas o feminino também. Ele me desvalorizou várias vezes. Ele disse várias vezes que eu não tinha capacidade de conquistar uma medalha, que eu não tinha capacidade de estar aqui", acrescentou. "Não caí aqui de paraquedas. A medalha de bronze é a maior prova disso".

Mauro José da Silva, presidente da confederação de boxe, desmentiu as acusações da atleta. "A Adriana está falando isso porque o Dória [técnico da atleta] não faz parte da seleção brasileira. Ela quer manter vivo o nome do Dória. Ela ganhou a medalha porque veio treinar em São Paulo", disse o presidente referindo-se ao Centro de Treinamento no Clube Escola Santo Amaro.

"O Dória foi chamado para trabalhar em São Paulo, mas ele disse que não podia trabalhar aqui. A atleta está sendo usada por ele", afirmou.

Mauro não só se defendeu das acusações como também aproveitou para cutucar a pugilista. "Ela veio e ganhou a medalha. Está de parabéns. Já para a próxima [Olimpíada] ela não vira nada", completou o presidente.