Após mortes, secretário da Segurança sai em defesa da PM
CAMPINAS – O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, afirmou na tarde de ontem que não existe uma "linha de investigação mais forte" no caso das chacinas que deixaram 12 mortos em Campinas (a 93 km de São Paulo) e saiu em defesa da Polícia Militar, que é apontada por vizinhos e parentes das vítimas como autora dos crimes.
"É muito cedo ainda para termos qualquer definição. Todas as hipóteses serão investigadas. No tocante à Polícia Militar, é muito cedo para fazer qualquer afirmação", disse Vieira.
"Eu só queria lembrar que uma instituição como a Polícia Militar tem relevantes serviços prestados à comunidade e tem cerca de 90 mil homens em suas fileiras. Portanto, uma instituição com esse tamanho pode ter eventualmente algumas pessoas que tenham desvios", completou.
A série de ataques que fez 12 vítimas ocorreu entre a noite de domingo e a madrugada de anteontem na região do Ouro Verde, periferia de Campinas. Horas antes, um policial militar em horário de folga foi morto ao reagir a um assalto em um posto de gasolina na mesma região.
O secretário da Segurança Pública esteve na cidade para acompanhar as investigações e se reunir com a cúpula das polícias locais. Durante entrevista coletiva, Vieira reafirmou diversas vezes que a imagem da PM não deve ser maculada caso fique provado a culpa de alguns policiais.
De acordo com o secretário, está sendo investigado se, entre os mortos nos ataques, estavam os autores do latrocínio que vitimou o PM no posto de gasolina.
LOCAIS DOS CRIMES – Questionado sobre os motivos de a PM supostamente não ter feito a preservação dos locais dos crimes até a chegada da Polícia Civil, tarefa que coube à Guarda Municipal, Vieira disse apura essa informação.
"Esse fato também é objeto da investigação. Deve ser esclarecido no mesmo inquérito, para que, se ele for confirmado, possamos aí tomar providências. Mas eu queria mais uma vez reafirmar os relevantes serviços prestados pela PM", respondeu o secretário.
Vieira assumiu a secretaria em novembro de 2012, em meio a uma crise causada por ataques em São Paulo semelhantes, no modo de execução, aos que ocorreram em Campinas. Perguntado se isso põe em risco seu cargo, o secretário afirmou que não.
"Eu tenho compromisso com o esclarecimento de todos os casos, sejam de que natureza for. Eu posso até adiantar que a cidade de Campinas vai apresentar uma redução de homicídios de cerca de 5%", disse.
OUVIDOR DAS POLÍCIAS – Recém-nomeado para o cargo de ouvidor das polícias Civil e Militar do Estado, o advogado Júlio César Fernandes Neves esteve em Campinas na manhã de ontem para acompanhar o enterro das vítimas das chacinas.
Segundo Neves, testemunhas lhe contaram que viram um policial militar à paisana na noite do crime rondando o parque Vista Alegre, onde ocorreu a última morte. Para o ouvidor, "existem indícios" da participação da PM nas mortes.
Neves disse que cabe ao ouvidor acompanhar as investigações, receber eventuais denúncias e acionar o Ministério Público caso perceba que há falhas nos procedimentos devido ao corporativismo.
"É muito cedo ainda para termos qualquer definição. Todas as hipóteses serão investigadas. No tocante à Polícia Militar, é muito cedo para fazer qualquer afirmação", disse Vieira.
"Eu só queria lembrar que uma instituição como a Polícia Militar tem relevantes serviços prestados à comunidade e tem cerca de 90 mil homens em suas fileiras. Portanto, uma instituição com esse tamanho pode ter eventualmente algumas pessoas que tenham desvios", completou.
A série de ataques que fez 12 vítimas ocorreu entre a noite de domingo e a madrugada de anteontem na região do Ouro Verde, periferia de Campinas. Horas antes, um policial militar em horário de folga foi morto ao reagir a um assalto em um posto de gasolina na mesma região.
O secretário da Segurança Pública esteve na cidade para acompanhar as investigações e se reunir com a cúpula das polícias locais. Durante entrevista coletiva, Vieira reafirmou diversas vezes que a imagem da PM não deve ser maculada caso fique provado a culpa de alguns policiais.
De acordo com o secretário, está sendo investigado se, entre os mortos nos ataques, estavam os autores do latrocínio que vitimou o PM no posto de gasolina.
LOCAIS DOS CRIMES – Questionado sobre os motivos de a PM supostamente não ter feito a preservação dos locais dos crimes até a chegada da Polícia Civil, tarefa que coube à Guarda Municipal, Vieira disse apura essa informação.
"Esse fato também é objeto da investigação. Deve ser esclarecido no mesmo inquérito, para que, se ele for confirmado, possamos aí tomar providências. Mas eu queria mais uma vez reafirmar os relevantes serviços prestados pela PM", respondeu o secretário.
Vieira assumiu a secretaria em novembro de 2012, em meio a uma crise causada por ataques em São Paulo semelhantes, no modo de execução, aos que ocorreram em Campinas. Perguntado se isso põe em risco seu cargo, o secretário afirmou que não.
"Eu tenho compromisso com o esclarecimento de todos os casos, sejam de que natureza for. Eu posso até adiantar que a cidade de Campinas vai apresentar uma redução de homicídios de cerca de 5%", disse.
OUVIDOR DAS POLÍCIAS – Recém-nomeado para o cargo de ouvidor das polícias Civil e Militar do Estado, o advogado Júlio César Fernandes Neves esteve em Campinas na manhã de ontem para acompanhar o enterro das vítimas das chacinas.
Segundo Neves, testemunhas lhe contaram que viram um policial militar à paisana na noite do crime rondando o parque Vista Alegre, onde ocorreu a última morte. Para o ouvidor, "existem indícios" da participação da PM nas mortes.
Neves disse que cabe ao ouvidor acompanhar as investigações, receber eventuais denúncias e acionar o Ministério Público caso perceba que há falhas nos procedimentos devido ao corporativismo.