Após sofrer agressão, delegado atira em religioso em audiência judicial no Rio

RIO DE JANEIRO – Uma audiência de conciliação envolvendo um pastor evangélico e o delegado titular da 79ª DP (Jurujuba/Niterói), Henrique Pessoa, terminou com um integrante da igreja baleado de raspão na tarde de quarta-feira (3), no 5º Juizado Especial Cível de Copacabana, na zona sul do Rio. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, o delegado teria atirado contra o religioso após ser agredido.
O tribunal informou ainda, por meio de sua assessoria de imprensa, que Henrique Pessoa atirou depois de ter sido retirado do tumulto por um segurança do local. "Na hora que estava sendo levado dali, ele baixou, sacou a arma e atirou por baixo do braço do segurança em direção ao religioso", disse.
Na audiência, o delegado alegou que estava sendo vítima de difamação em redes sociais por integrantes da igreja. Na saída da audiência, houve discussão e tumulto.
O religioso Carlos Gomes foi baleado de raspão no abdômen e levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul. Na manhã de ontem, a Secretaria de Saúde afirmou que Gomes já estava bem.
O delegado, que também sofreu ferimentos, foi para o Hospital Copa D’Or. Ele foi medicado e liberado ainda na noite de quarta.
A reportagem tentou falar com o pastor Tupirani da Hora e com representantes da igreja Geração Jesus Cristo, envolvidos no tumulto, mas ninguém foi localizado.
De acordo com a Polícia Civil, Pessoa chegou a ser preso em flagrante por tentativa de homicídio. Ele foi levado para a 12ª DP, mas conseguiu liberdade provisória na madrugada de hoje.
Em 2009, o delegado prendeu o pastor Tupirani da Hora sob a acusação de destruir um terreiro de candomblé no Catete, zona sul. A partir daí, Pessoa alega que passou a ser perseguido.