Aproman avalia efeitos práticos do Plano Safra

O Governo Federal lançou, no começo da semana, o Plano Agrícola e Pecuário (Plano Safra) para 2015 e 2016. Serão R$ 187 bilhões para financiar a produção agropecuária em todo o país, representando 20% a mais do que na temporada anterior.
A elevação, no entanto, não representa necessariamente avanço para o setor em Estados do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil, conforme avaliou o presidente da Associação dos Produtores de Mandioca do Paraná (Aproman), Francisco Abrunhoza.
Ele destacou que os maiores investimentos serão feitos em áreas da Bahia, do Maranhão, do Piauí e do Tocantins. “Essas regiões estão sendo consideradas a nova fronteira agrícola do Brasil”, afirmou o presidente da Aproman.
Para Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, o Governo Federal estipulou algumas prioridades, entre as quais, vacinação de rebanhos bovinos, manutenção da sanidade de suínos e leite. Para as lavouras de mandioca, poucas novidades.
Mesmo assim, os produtores têm o que comemorar. O Governo Federal anunciou que fará a compra de parte da produção nacional, para tentar regular o mercado e valorizar os preços. De acordo com Abrunhoza, a aquisição será equivalente a 17 mil hectares de plantações de mandioca.
Um dos resultados práticos será a possibilidade de cobrir os custos de produção. “Um alívio para o setor”, enfatizou o presidente da Aproman. Além disso, a intervenção governamental resultará na equalização de preços de farinha e fécula.
O que não agradou foi o percentual de reajuste anunciado pelo Governo Federal para o preço da raiz: 11%. Na opinião de Abrunhoza, o índice “é uma vergonha, os valores vão continuar defasados”.
ADIÇÃO – O presidente da Aproman disse que as discussões sobre a adição da fécula de mandioca na farinha de trigo continuam. “Estamos tentando comprovar para o Governo Federal que é viável”. As conversas têm envolvido representantes de associações e cooperativas de todo o Brasil.
MERENDA – Outra medida que poderá movimentar o setor está em tramitação na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Trata-se da inclusão da farinha de mandioca entre os itens da merenda escolar em todo o Paraná. “Isso também será positivo”, afirmou Abrunhoza.
EMPREGO – O presidente da Aproman disse que as instâncias governamentais precisam investir mais na mandiocultura, considerando que é a atividade que mais gera empregos na área rural. “As outras culturas são todas mecanizadas, mas a mandioca ainda exige o trabalho braçal”.