Arrastão é estratégia para despertar as pessoas para o risco da dengue
A entrada do vírus tipo 4 em Paranavaí fez aumentar a preocupação com a doença.
Dois caminhões foram utilizados no arrastão, além de voluntários e a equipe de profissionais da Prefeitura, incluindo secretários e diretores. O prefeito Rogério Lorenzetti fez a abertura do trabalho, na frente da do Estádio Waldemiro Wagner.
Ele falou da necessidade de um esforço coletivo para barrar o avanço da doença, que já teve 88 casos registrados desde o final do ano. Durante reunião nesta semana, Lorenzetti manifestou intenção de reforçar as equipes de agentes de controle da doença.
Com a confirmação de que a cidade registrou um caso de dengue tipo 4, o secretário de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, concorda que a preocupação aumentou. Para ele, o registro torna ainda mais urgente o envolvimento de todos para eliminar água parada e, com isso, acabar com o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
O vírus tipo 4 é considerado potencialmente mais agressivo. Uma das razões é que a população ainda não teve contato com o mesmo, portanto, também não desenvolveu resistência. Toda forma da doença pode se tornar grave, já que evolui de forma diferente em cada pessoa.
DENÚNCIAS – Durante o percurso de ontem pela manhã recolhendo entulhos, a equipe ouviu algumas denúncias sobre quintais mal cuidados. As casas serão vistoriadas durante a semana, informou Décio Monteiro.
Ele reiterou a aplicação da lei que prevê multa para quem tiver foco do mosquito em casa. Uma vez confirmada a presença do mosquito da dengue, o morador recebe multa de R$ 200,00. Na reincidência, o valor dobra indefinidamente.
Também foram encontrados vários terrenos baldios com matagal. O mato representa outro perigo, já que pode esconder sacos plásticos e recipientes com água parada. No caso dos terrenos, a Prefeitura está notificando os proprietários.
MEDIDAS – Apenas neste mês de janeiro já foram notificados donos de 152 terrenos por causa de sujeira e mato. Em dezembro foram cerca de 300 notificações. Após a notificação o dono do lote tem cinco dias úteis para providenciar a limpeza.
Caso contrário, recebe multa de R$ 225,00. Se ainda assim não houver a limpeza, a prefeitura faz o serviço através de empresa terceirizada e cobra mais uma taxa de R$ 225,00.
Ainda sobre o esforço coletivo para barrar o avanço da dengue, Décio Monteiro garantiu que a sua equipe trabalharia o dia todo ontem. Intenção era fazer uma varredura nas proximidades do estádio e bairros da região até o Jardim Ouro Branco.
Também ontem como parte da estratégia, equipes da Vigilância fizeram panfletagem na área central da cidade. Embora Paranavaí não viva uma situação de surto, caminha para tal cenário, caso não consiga impedir o avanço da dengue.
INFESTAÇÃO DE 6,5% EM PARANAVAÍ
A infestação pelo mosquito Aedes aegypti avançou nas últimas semanas. O LIRA – Levantamento de Índice Rápido – divulgado anteontem, confirmou focos em 6,5% dos imóveis vistoriados. O pior cenário foi verificado em 2007, quando a infestação ultrapassou os 9%.
O cenário preocupante levou Paranavaí a pleitear a pulverização de inseticida nas ruas. A secretaria de Estado da Saúde liberou três camionetas com máquinas para fazer o trabalho. A pulverização começou anteontem no final da tarde.
Mais uma vez a solução está nas mãos das pessoas. Isto porque 40% dos focos estão em vasos de plantas, bebedouros de animais e outros locais dentro das casas. Além disso, 38 dos focos foram encontrados em lixo e entulho, jogados nas ruas.
A doença preocupa em toda a região, já que há casos por várias cidades. A situação mais emblemática é em São Carlos do Ivaí, onde foi decretado o estado de emergência. A cidade tem 159 casos confirmados e aguarda o laudo de mais 100 exames. Nesta cidade já está configurado o surto.