Área de plantio de trigo recua no Paraná

A Secretaria da Agricultura e Abastecimento divulgou a primeira estimativa para a safra de trigo de 2018 que começa a ser plantada em abril. A tendência é de recuo de 3% na área plantada, devendo ocupar um total de 1,05 milhão de hectares, cerca de 40 mil hectares a menos que no ano passado. 
A expectativa de produção aponta para um volume de 3,3 milhões de toneladas, uma redução de 4% em relação ao ano passado. A confirmação dessa expectativa depende do clima. O recuo no plantio de trigo está sendo substituído pelo plantio de plantas forrageiras e de cobertura, que protegem o solo.
O trigo é o principal grão cultivado no inverno no Paraná, o que deverá alavancar também um recuo na área plantada dos cereais de inverno, em cerca de 4%. Mas grãos como centeio e cevada terão aumento de área de 13% e 22%, respectivamente. 
De acordo com o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Carlos Simioni, o principal fator de redução no plantio do trigo é a falta de estímulos ao produtor, com rentabilidades negativas nas últimas safras. O preço, em torno de R$ 31,00 a saca, não cobre os custos de produção e está abaixo do preço mínimo de garantia, que é de R$ 38,65 a saca.
“O produtor sofre com a ausência de uma política de crédito e comercialização de médio prazo, que lhe garanta fazer um planejamento adequado, com rotação de culturas para auferir ganhos melhores”, disse Simioni. 
Atrelado a esses fatores, o cenário de recomposição dos estoques mundiais do cereal com o bom desempenho da produção e elevação da oferta nos Estados Unidos, Austrália e na Argentina – principal fornecedor e garantidor do suprimento interno do Brasil -, está intimidando a expansão da produção brasileira e paranaense de trigo.