AUSÊNCIA DE UM PAI

*Rogério J. Lorenzetti

Perdi meu pai aos 17 anos por falecimento. Deixei os estudos por um tempo para tomar conta dos negócios da família.  Foi boa esta tragédia para meu amadurecimento? Certamente sim. Embora dolorosa experiência, ela precipitou meu amadurecimento e me deixou mais forte e preparado para os embates da vida.
Hoje vejo com tristeza filhos órfãos de pais vivos, consequência da desagregação das famílias e mudanças comportamentais da sociedade. Crianças precisam da atenção e do carinho dos seus pais. Eles são a referência masculina para elas, muitas vezes deixadas aos cuidados de suas mães, seja por descaso, abandono ou por separações familiares. Os homens saem de um casamento ou relacionamento geralmente descomprometidos com a atenção aos filhos gerados nele, um erro de graves consequências.
Junto a isto, vemos pais que, não dando a atenção devida, perdem espaço para más companhias, maus exemplos que acabam levando jovens a praticar delitos, viciarem-se em drogas lícitas ou ilícitas, caminharem rumo ao crime ou delinquência, afastando-se definitivamente dos pais e entrando em uma espiral do mal que leva a consequências que vão afetar toda a família.
Por outro lado, temos jovens bem cuidados e amados por seus pais que vão construir uma vida familiar, profissional e social de amizades, reconhecimento e sucesso. A estes a felicidade vai sorrir de forma constante e poderão constituir famílias dando início a novas gerações, mais solidárias e éticas, que vão transformar para melhor nossa humanidade.
Nós que somos pais e fomos crianças, filhos de pais presentes ou não, temos que ajudar nossos jovens a construir histórias de vida com amor, felicidade e dedicação familiar, sob pena de, em não fazendo isso, contribuirmos para a violência e o egoísmo dos quais nos tornaremos vítimas, no futuro.
Tenho vivido, até agora, uma experiência única, como prefeito, possível a poucas pessoas, de produzir ações que vão impactar, de forma positiva, novas gerações. Busco fazer das políticas e equipamentos públicos que estão sob minha responsabilidade, ferramentas de apoio e atenção às pessoas e famílias, ajudando quem precisa e busca ter uma vida melhor, protegendo principalmente o conjunto familiar.
Seja na saúde, física e mental, assistência social, programas de apoio aos mais necessitados, habitação popular, qualificação profissional, educação básica, pré-escola, políticas que visam atrair investimentos, novos postos de trabalho e outras, busco criar, através de ações utilizando recursos públicos, os meios para dar às famílias uma melhor condição de vida, protegendo-as de todas as formas possíveis ao nosso alcance.
Dirijo as minhas ações políticas e administrativas de maneira a contribuir para uma sociedade melhor e mais justa.
Vai aqui minha homenagem aos pais paranavaienses e o pedido de, juntos, lutarmos por uma sociedade mais solidária, dando nosso exemplo de dedicação aos nossos filhos e aos filhos de pais ausentes, possibilitando a todos a oportunidade de conhecer o lado bom das pessoas, lutando pela disseminação do amor e de outros valores cristãos, tão necessários à convivência humana.