Autoridades debatem construção de imóveis comerciais em área de preservação ambiental

Em discussão, a construção de imóveis comerciais na Área de Proteção Ambiental (APA) do Ribeirão Araras, em Paranavaí. A preocupação é com os impactos que a ocupação teria sobre o manancial, responsável pela captação de 30% da água consumida na cidade.
O assunto foi discutido ontem, em reunião realizada na sede do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), com a participação de representantes do Ministério Público, da Prefeitura de Paranavaí, da Sanepar e de entidades ligadas às questões ambientais.
A promotora Susy Mara de Oliveira alertou para a necessidade do cumprimento das legislações existentes, levando em conta o desenvolvimento sustentável. Na ocasião, sugeriu que não sejam liberadas obras no local até que todos os estudos técnicos e as regras para que se possa construir tenham sido concluídos.
Susy Mara foi enfática ao dizer que quaisquer obras que contrariem as determinações legais estarão sujeitas a ações judiciais para que sejam demolidas. “Não podemos prejudicar a comunidade para defender os interesses de algumas pessoas”.
O secretário de Meio Ambiente, Edson Hedler, explicou que a possibilidade de liberar as construções ainda está sendo avaliada. Segundo ele, não se falou em reduzir os espaços destinados à preservação ambiental, mas, sim, em encontrar maneiras para instalar as empresas sem prejudicar a qualidade do manancial.
De acordo com o gerente regional da Sanepar, Arnaldo Giovani Rech, mananciais não podem receber esgoto. “A gente não pode dispensar uma fonte [de captação de água] como o Ribeirão Araras. É preciso ter cuidado e fazer todas as análises técnicas necessárias”, disse, afirmando estar preocupado com a situação.
O presidente do Consórcio Intermunicipal Caiuá, João Marques, questionou o uso da APA para o projeto de área comercial. Na avaliação dele, Paranavaí tem outros espaços que poderiam ser utilizados para tal finalidade. Ele citou, por exemplo, terrenos na saída da cidade para Graciosa e Tamboara.
Entre entendimentos e posicionamentos contrários, a reunião se estendeu por mais de uma hora e meia. Foi o primeiro de vários encontros que deverão ser realizados até que o assunto seja definido. Os próximos passos serão estabelecer regras para a utilização da APA.