Autoridades falam de união das mulheres no combate à violência
“Está na hora de as mulheres darem as mãos”. O chamado feito pela professora Maria Inez Barboza Marques é para a resistência. Ela disse considerar essencial que a população feminina se una e se fortaleça para vencer a crescente violência.
Maria Inez é presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) de Paranavaí, responsável pela passeata realizada ontem no centro da cidade. A manifestação teve a participação de dezenas de pessoas que pediram respeito às mulheres.
Após a caminhada, os manifestantes se concentraram em frente à Prefeitura de Paranavaí. Naquele momento, autoridades fizeram pronunciamentos chamando a atenção para os altos índices de violência doméstica e feminicídio.
A delegada da Mulher de Paranavaí, Fernanda Bertoco Mello apresentou números. Em 2018, a média mensal de ocorrências foi de 85. São 15 a mais do que em 2017. Nesse ritmo, o número de casos registrados em Paranavaí poderá chegar a 1.000 até o final deste ano.
Fernanda afirmou que eventos como o de ontem são necessários porque orientam as mulheres e estimulam ações preventivas. Ela também destacou a importância de denunciar o autor da violência para que as medidas legais sejam tomadas.
Em nome da equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Simone Aparecida Felipe disse que apesar do grande volume de boletins de ocorrência, poucas pessoas buscam apoio do poder público.
Ela informou que o Creas oferece atendimento psicológico para as vítimas e para os familiares. O trabalho é no sentido de estimular as mulheres a fazerem o boletim de ocorrência e saírem do ciclo de violência doméstica.
Maria da Penha Francisco, da 14ª Regional de Saúde, disse que a defesa das mulheres deve ser uma causa de toda a sociedade. “As pessoas não querem mais ver mulheres sendo espancadas e mortas”. Por isso, a capacitação de profissionais que atuam na rede de proteção é essencial.
O vereador Carlos Alberto João avaliou de maneira negativa o atual cenário nacional. “Estamos assistindo a uma onda perversa que criminaliza movimentos sociais e organizações das minorias”. Nesse sentido, disse, é preciso que as mulheres se unam.
A coordenadora do Núcleo de Educação para Relações Étnico-Raciais, Verusca de Souza Soares, também falou sobre união das mulheres e avaliou que o momento é de fragilização dos movimentos sociais.
A manifestação de ontem foi alusiva ao Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, comemorado em 25 de novembro. Para marcar a data, também houve participação de mulheres na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Paranavaí, na segunda-feira.