Autoridades preocupadas com risco de uma nova epidemia de dengue

O chefe da Vigilância em Saúde de Paranavaí, Randal Fadel Filho, e o secretário municipal de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, coordenaram mais uma reunião de trabalho com os membros do Comitê Municipal de Combate e Prevenção à Dengue.
As autoridades afirmam estar preocupadas com os riscos de uma nova epidemia de dengue no município e com a chegada da febre chikungunya à região (já são dois casos confirmados em Maringá).
As duas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que continua em circulação na cidade.
Segundo Randal, o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes (lLIRA, realizado na semana passada, apontou um índice de 1,1% de infestação (acima do percentual tolerado, que é 1%).
“Embora não seja um índice alto, a situação é preocupante. Sabemos que nessa época do ano a tendência é que o índice esteja baixo por causa das condições climáticas (frio), mas o mosquito e o vírus continuam circulando. Esse número não dá uma noção real do que está acontecendo”, avalia Randal.
Junto com o Lira, a Vigilância realiza um trabalho paralelo que ajuda a mostrar a situação de uma forma mais aprofundada. “Neste trabalho, visitamos 154 quadras na região da Vila Operária. Destas, 41 apresentaram focos do mosquito. Ou seja, um índice altíssimo de 27%”, apontou Randal.
MUTIRÃO – Sendo assim, a Secretaria continua realizando o trabalho de prevenção e orientação com visitas diárias a residências e estabelecimentos comerciais, limpeza de pontos crônicos de descarte irregular de lixo, palestras junto a escolas e entidades, acompanhamento frequente de mais de 100 pontos estratégicos, e já planeja a realização de mobilização (mutirão educativo) para o início do mês de setembro que deverá envolver toda a região da Amunpar.
“Estou muito preocupada com a situação de Tamboara e temos medo que isso afete também Paranavaí, porque o fluxo de pessoas entre as duas cidades é muito grande”, ponderou a promotora do Ministério Público, Susy Mara de Oliveira.
FEBRE CHIKUNGUNYA – A febre chikungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. No Brasil, a preocupação é que o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da dengue e da febre amarela, têm todas as condições de espalhar esse novo vírus pelo País.
Embora os vírus da febre chikungunya e os da dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são semelhantes. Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite).
Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.
“Já temos dois casos confirmados em Maringá e pelo que temos relatos, os sintomas são muito mais fortes do que a dengue, podendo afetar as articulações e provocar dores por até um ano”, alerta o secretário de Saúde.