Avicultor demonstra confiança no futuro da atividade

Na última terça-feira a empresa GT Foods Group, dona do abatedouro de aves de Paranavaí, entrou com pedido de recuperação judicial (antiga concordata).
Ontem, diante da informação, o representante do Grupo de Avicultores Integrados e Reunidos, Jhovan Meurer Potrich, demonstrou confiança no futuro da atividade. Também analisa que a empresa tem um histórico de honrar compromissos.
Potrich está em viagem e respondeu três questões via mensagens de texto. Ele disse desconhecer que haja produtores sem receber pelo trabalho de engorda de aves nos barracões. Adverte, trata-se de um pedido de recuperação judicial e no plano devem constar a lista de prioridades e o cronograma de pagamentos.
Na sua avaliação, a maior preocupação diz respeito aos fornecedores e agentes financeiros, com valores abertos no curto prazo. Por fim, reiterou a confiança: “Ainda acredito muito no respeito e seriedade da empresa para com os seus produtores”.
A crise na avicultura ganhou estaque em Paranavaí durante esta semana. A preocupação se justifica pela importância social e econômica que tem para a cidade.
A avícola é uma das maiores geradoras de impostos municipais e lidera a geração de empregos com mais de dois mil postos diretos de trabalho, sem contar os demais da cadeia produtiva.
Conforme publicado ontem pelo DN, a advogada Adriana Eliza Federiche Mincache, que assessora o grupo neste trabalho, tranquilizou a comunidade. Lembrou que uma das condições para o processo de recuperação judicial é a manutenção dos empregos e pagamento dos integrados daqui para frente.
Uma vez definida a recuperação judicial, os compromissos anteriores com fornecedores serão debatidos em assembleia de credores. A GT Foods está presente em mais de 60 municípios produtores de frango.
A assessora jurídica citou as principais causas para o pedido de recuperação judicial. O principal deles é o preço do milho e da soja, itens que representam de 60% a 70% da ração. Como principal alimento das aves, acabam somando entre 40% e 50% do custo do frango vivo.
Também pesou neste momento a retração dos mercados interno e externo. Adriana Mincache revela que a maior redução de consumo se deu internamente. Além disso, por conta da crise econômica não é possível repassar os novos custos para o preço final do produto. Isso provoca um desequilíbrio de caixa, analisa.  
Além das quatro plantas próprias (abatedouros) GT Foods Group tem quatro fábricas de ração, a granja de matrizes e recria, além de incubadora de pintainhos. São 1.600 aviários e 600 produtores, alojando 24 milhões de pintainhos no campo. O volume de abate é de 670 mil frangos ao dia.