Bairros de Paranavaí apresentam alto risco de epidemia de dengue

Os números são preocupantes. Dos 170 quarteirões onde os agentes de endemias de Paranavaí fizeram visitas domiciliares nesta semana, 63 tinham focos de larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A ação incluiu os jardins Ipê, Santos Dumont e Panorama e a Vila Operária.
Assessor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho informou que a equipe de vistoria encontrou 119 criadouros de larvas, alcançando índice de 37% de área infestada. A avaliação feita por ele é que aquela região está muito contaminada, o que eleva o já latente risco de uma epidemia.
O primeiro Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira) de 2019 apontou o problema: Paranavaí alcançou 3,2% de infestação. O Ministério da Saúde considera como tolerável até 1%. A partir daí até 3,9%, classifica-se como médio risco. Dos 4% em diante, alto risco.
Por enquanto, não há confirmação de casos de dengue em Paranavaí, mas existem 52 registros de pacientes com sintomas da doença. Desse total, 10 exames laboratoriais tiveram resultados negativos. O restante ainda está sendo analisado.
O apelo de Fadel Filho é para que a população não descarte lixo em terrenos vazios, mas dê a devida destinação aos resíduos. “Temos coleta de lixo comum e de recicláveis, basta fazer a separação correta.” A preocupação é com os itens que acumulam água e dão condições para o ciclo reprodutivo do Aedes aegypti.
De acordo com o assessor da Vigilância em Saúde, as características deste período aceleram o processo de reprodução. Normalmente, são quatro a cinco dias para que o mosquito adulto comece a circular. Com altas temperaturas e chuvas constantes, esse tempo cai para 48 horas.
MEDIDAS LEGAIS – Fadel Filho informou que a Administração Municipal está avaliando alternativas legais para tornar mais ágil o trâmite para aplicação de multas. Assim, quem não tomar os devidos cuidados sofrerá punição em prazo mais curto. Atualmente são cerca de 90 dias.
A intenção é implementar um sistema que garanta a identificação do imóvel onde houver criadouros do Aedes aegypti e do morador. A partir daí, estipular um período de 48 horas para que pague a multa. Mas ainda é preciso verificar as possibilidades dentro da legalidade.
FEBRE AMARELA – O mosquito transmissor da dengue também é responsável por transmitir vírus que causam outras doenças, entre as quais, febre amarela, chikungunya e zika. Numa foi identificada em Paranavaí neste ano, mas os riscos também existem.
Nesta semana, quatro macacos foram encontrados mortos em Antonina, no litoral paranaense, depois de contraírem febre amarela. Da mesma maneira que os seres humanos, esses animais estão suscetíveis à doença.
Fadel Filho afirmou que não há indícios de que macacos de Paranavaí tenham contraído febre amarela. Ele garantiu que o monitoramento dos macacos é feito constantemente, para que as medidas de controle sejam tomadas em caso de necessidade.