Bate na família e vai em cana
Um homem de 46 anos foi preso e autuado em flagrante por agredir a família anteontem à noite em Paranavaí.
Além da esposa, de 41 anos, também uma criança de 11 anos acabou alvo da violência doméstica. A causa (ou parte dela) mais uma vez é o consumo excessivo de bebida alcoólica, conforme a denúncia recebida inicialmente pela Polícia Militar.
Pouco antes das 22 horas uma mulher telefonou para a PM pedindo socorro. Informava que o marido (convivente, conforme descrito) chegou em casa bastante agressivo, direcionando a violência contra ela e seus filhos.
Os policiais constataram que a mulher e um dos filhos realmente tinham sinais de violência, apresentando escoriações. O homem ainda estava na casa e recebeu voz de prisão. Também as vítimas foram encaminhadas para a formalização da denúncia.
De acordo com informações da Polícia Civil, o homem acabou autuado em flagrante com base na Lei Maria da Penha. Foi arbitrada fiança, mas, o suspeito teria optado por não pagar, aguardando decisão da Justiça para eventual liberdade.
NÚMEROS – Este caso está longe de ser isolado. Tanto que no ano passado foram, em média, 70 ocorrências por mês em Paranavaí. Apenas em dezembro, mês de maior incidência, aconteceram 108 episódios de violência.
Como disse a delegada da Mulher, Fernanda Bertoco, quando da divulgação dos números, nem todos os boletins se tornam inquéritos. Isso porque os casos de injúria (xingamentos) e ameaça, a vítima deve manifestar vontade de prosseguir com a denúncia.
Já a ocorrência de violência física (lesões corporais) se torna inquérito, independente da vontade da vítima. Durante o ano de 2016 foram instaurados 505 inquéritos policiais em Paranavaí por conta da violência doméstica. Na origem das agressões, o consumo de bebida alcoólica está presente como um dos principais fatores que desencadeiam a violência.
DADOS NACIONAIS – Pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança, mostra que uma em cada três mulheres já sofreram algum tipo de violência no Brasil. Em 2016 foram 503 a cada hora.
Deste montante, 22% foram alvo de violência verbal, enquanto 10% sofreram ameaça de violência física e 8% ofensa sexual. 4% das mulheres foram vítimas de violência com arma de fogo ou faca.
Ainda de acordo com os dados, 1,4 milhão de mulheres acabaram alvos de espancamento ou tentativa de estrangulamento, enquanto 1% delas levou pelo menos um tiro.
Outros dados trágicos: 52% das vítimas se calaram, enquanto 13% preferiram auxílio familiar. Apenas 11% procuraram uma delegacia para formalizar a queixa.
Os agressores são pessoas próximas, na maioria, Os dados mostram que 61% são conhecidos da vítima, 19% são companheiros e 16% ex-companheiros. 43% das agressões são dentro da casa. (fonte: Revista Exame, março 2017).