Bióloga sugere uso de “iscas” no controle das formigas cortadeiras

A bióloga Mariane Aparecida Nickele, pós-doutoranda em entomologia, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), proferiu palestra na tarde de ontem a produtores rurais, abordando o tema: “A Importância do Manejo e Controle das Formigas Cortadeiras”.
A pesquisadora lembrou que, embora a formiga cortadeira normalmente esteja associada às pastagens, na região ela também causa grandes prejuízos às plantações de cana, mandioca, citros e eucalipto.
“A formiga ataca todos os tipos de folhas, flores e até alguns frutos macios”, disse Mariane na palestra realizada no auditório do Sindicato Rural de Paranavaí.
Mariane, que atua na área desde 2005, lembrou que não tem como erradicar o inseto, pois ele é nativo e ajuda no equilíbrio da natureza. O que ocorre, segundo explicou a pesquisadora, é que está havendo um descontrole, fazendo inclusive com que áreas urbanas sejam infestadas pelas formigas.
E aí há outro problema, pois não existe produto eficiente para fazer o controle dos formigueiros na cidade (áreas públicas, como praças e canteiros centrais), onde é proibida a utilização dos produtos químicos que são usados no campo.
Para o combate e controle do inseto, a única alternativa, ainda, são as chamadas iscas granuladas. Mariane adverte que o produtor deve procurar um agrônomo para definir a dosagem correta de isca. Mas, normalmente é de 10 gramas por metro quadrado de formigueiro.
RELAXAMENTO – A avaliação de técnicos é de que a situação estava sob controle e, por isso, houve um certo relaxamento por parte dos produtores fazendo com que os insetos retornassem.
O supervisor regional da Adapar, veterinário Carlos Costa Júnior, disse na abertura do evento, que o recrudescimento das formigas cortadeiras provavelmente decorre da moderação ao combate e ao controle inadequado, que provocou a resistência das formigas aos produtos utilizados no seu controle.
Lembrou que a Adapar é o órgão fiscalizador e que se o produtor não fizer o manejo e controle poderá ter problemas com a Justiça, já que trata-se de crime contra o meio ambiente.
Além de Costa, também usaram da palavra na abertura o chefe do Núcleo Regional da Seab, Gabriel Back, o vice-presidente da FAEP e presidente do Sindicato Rural, Ivo Pierin Júnior, e o secretário municipal da Agricultura, Tarcísio Barbosa de Souza.
Eles alertaram os produtores sobre elevados prejuízos que podem causar as formigas cortadeiras, que terá sua revoada no início da primavera e por isso a necessidade de tomar providências agora, antes do novo ciclo.
A palestra marcou o lançamento da campanha de controle das formigas  cortadeiras, promovida pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), através da Adapar, IAPAR e Emater, Sistema FAEP, Sindicato Rural de Paranavaí e Prefeitura Municipal, através das secretarias de Agricultura e Meio Ambiente.