Bispo de Paranavaí se posiciona contra o aborto

Contrário ao aborto, o bispo diocesano de Paranavaí, dom Mário Spaki, produziu um vídeo em que depõe a favor da vida e condena a proposta de descriminalização da prática. A mensagem é pela mobilização da comunidade católica.
Na manhã de ontem, ele conversou com a reportagem do Diário do Noroeste para explicar como avalia a mobilização de parte da sociedade para alterar a legislação brasileira e tornar o aborto possível em qualquer situação, desde que a gestante faça essa escolha.
“O aborto bate direto contra o quinto mandamento.” Não matar. Desde o Antigo Testamento até as pregações de Jesus Cristo, a preservação da vida é um dos pilares dos dogmas católicos. “É muito claro para a Igreja que o aborto significa extinguir uma pessoa que já existe”.
Atualmente, a prática é permitida em três situações: quando a mulher é estuprada e engravida, quando há risco à vida da gestante e quando o feto apresenta anencefalia. Mesmo assim, existem regras para que o aborto possa ser realizado dentro da lei.
De acordo com dom Mário Spaki, no entanto, nenhum desses casos seria permitido se a decisão fosse tomada pela Igreja Católica. “Não somos a favor do estupro, mas isso não justifica tirar a vida daquela criança”, exemplificou.
Fala-se em 250 mil abortos realizados anualmente no Brasil. Por se tratar de um procedimento ilegal, portanto clandestino, os dados não são oficiais. E são contestados por dom Mário Spaki. “Os números de aborto não batem. Esses levantamentos são superficiais”.
De acordo com o bispo diocesano, a Comissão Nacional da Família elaborou um documento que comprova que a descriminalização do aborto atende a interesses de empresas estadunidenses que estão atuando no Brasil. A bandeira, disse, é levantada pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol).
Dom Mário Spaki também questionou a atuação do Supremo Tribunal Federal nesse tema, afirmando que as leis são de competência do Congresso Nacional. Para ele, o Judiciário está passando por cima do Legislativo.
ATUAÇÃO DA IGREJA – Questionado sobre as ações desenvolvidas pela Igreja Católica em favor das vítimas de estupro, dom Mário Spaki destacou que existem trabalhos de acolhimento e apoio às mulheres violentadas. Isso acontece em todo o mundo.
Em relação aos bebês abandonados pela família por serem gerados a partir do estupro, o bispo diocesano afirmou que a Igreja Católica incentiva os fiéis a adotarem. Também atua diretamente no auxílio de orfanatos.