Bispo diocesano explica o significado da Páscoa segundo a fé católica
Neste domingo, os cristãos celebrarão a Páscoa, data que marca a vitória de Jesus sobre a morte. É a renovação da aliança de Deus com homens e mulheres, mas para chegar até aqui, os fiéis passam por um período de preparação, chamado de Quaresma.
Steinmetz afirmou que os 40 dias que antecedem a Páscoa são destinados à penitência e à reconciliação. É um tempo de reflexão. Durante esse tempo, os católicos relembram da chegada de Jesus a Jerusalém, na celebração de Domingo de Ramos. Foi quando começou o embate com os políticos da época.
A postura de Jesus resultou na perseguição a ele e aos que o seguiam. A estratégia para silenciá-lo resultou na crucificação e na morte de Jesus, o plano de Deus para a remissão dos pecados de toda a humanidade, que culminou na ressurreição.
Para lembrar de toda a trajetória de Jesus até esse ponto, a Igreja Católica realiza uma série de celebrações durante toda a semana que antecede a Páscoa. Ontem, por exemplo, foi a vez da Missa dos Santos Óleos, que representa a unidade. “Toda a vida de fé depende da celebração”, afirmou Steinmetz.
Na Quinta-Feira Santa, os católicos participam da Missa de Lava Pés. A cerimônia evidencia dois pontos importantes da fé: a instituição da eucaristia e a instituição do sacerdócio. Representam, segundo o bispo diocesano, respectivamente, o sacrifício de Jesus para salvar a humanidade e o serviço prestado pela Igreja Católica a todo o mundo.
A Sexta-Feira Santa ou da Paixão marca o dia em que Jesus foi crucificado e morreu. “Diz a tradição que ele morreu às três horas da tarde, por isso, a celebração acontece nesse horário”, explicou Steinmetz, referindo-se ao momento em que toda a Igreja Católica se reúne.
O bispo diocesano salientou que “a morte de Jesus é o abaixamento de Deus para a história”. “Morrer crucificado mostra como nos ama. É a demonstração da divina misericórdia que redime todos os pecados”.
De acordo com a fé cristã, ao morrer na cruz, o filho de Deus assumiu a condição humana e se igualou aos criminosos da época para mostrar que todos aqueles que se aproximarem dele e viverem arrependidos dos pecados cometidos poderão ser absolvidos.
Chega, então, o Sábado de Aleluia. É o dia em que a Igreja Católica celebra a vigília da ressurreição de Jesus. “Quando os discípulos chegaram, encontraram o túmulo aberto. O corpo não estava lá. Por isso, celebramos a vitória sobre a morte”, explicou Steinmetz.
O Domingo de Páscoa marca o encontro de Jesus com os discípulos, ocasião que é comemorada pela Igreja Católica até a celebração de Pentecostes. “São 50 dias de festejos, de proclamação da ressurreição de Jesus”.
TERCEIRO DIA – O bispo diocesano explicou que a contagem dos dias desde a morte até a volta de Jesus ao mundo dos vivos não deve ser feita de forma cronológica, mas considerando o tempo que “Deus precisa para fazer as coisas acontecerem”.
Segundo ele, para entender a ressurreição no terceiro dia após a morte é preciso considerar, também, que a marcação do início e do fim do dia era feita de forma diferente.
PENITÊNCIA – Steinmetz afirmou que a Igreja Católica sugere “com certa obrigatoriedade”, que os fiéis não consumam carne vermelha da Quarta-Feira de Cinzas (que marca o início da Quaresma) e na Sexta-Feira Santa. “São tradições criadas ao longo dos tempos”.
O objetivo é fazer com que os católicos façam penitências lembrando do sofrimento de Jesus e refletindo sobre as pessoas que também enfrentam dificuldades atualmente. Uma questão de solidariedade, enfatizou o bispo.
Nesse sentido, abrir mão do consumo da carne vermelha não tem efeitos práticos diante das crenças católicas se os fiéis não entenderem o real significado da penitência. Steinmetz disse que não adianta assumir a penitência, mas comprar peixes caros e bebidas caras, como muitas pessoas fazem. “Foge do propósito”.
Ele enfatizou: “Não compreender o que a Igreja Católica explica, especialmente sobre a solidariedade e a fé, e agir dessa maneira consumista é pecado”.
Programação das celebrações
Catedral Maria Mãe da Igreja
Na quinta-feira, às 19h30, haverá celebração da Ceia do Senhor. Das 21 horas à meia-noite, vigília. Na sexta-feira, às 15 horas, será celebrada a Paixão do Senhor Morto. Às 20 horas haverá procissão. No sábado, às 20 horas, será a vez da Vigília Pascal. No domingo, as missas da Páscoa do Senhor serão às 9 horas e às 19h30.
Paróquia São Sebastião
Na quinta-feira, às 20 horas, será a Missa de Lava Pés. Em seguida, haverá vigília eucarística até meia-noite. Na sexta-feira, às 10 horas, será realizada a via sacra. Às 15 horas, celebração da Paixão de Cristo. Depois, procissão. No sábado, às 20 horas, haverá Vigília Pascal. No domingo, as missas serão às 7h30, 10, 18 e 20 horas.