Boicote ao programa seria “perversidade inimaginável”, diz ministro da Saúde

BRASÍLIA (Folhapress) – O ministro Alexandre Padilha (Saúde) comparou a ausência dos profissionais selecionados pelo Mais Médicos, nos primeiros dias do programa, às dificuldades cotidianas de contratação de médicos pelos gestores locais.
"As secretarias de saúde estão vivendo [nos primeiros dias do programa] o drama que toda vez vivem quando fazem um concurso público. Você faz uma seleção e [vive] o drama de o profissional se apresentar e começar a trabalhar, por conta do mercado muito aquecido. O drama é muito maior na atenção básica. Maior ainda nas unidades de periferia, onde há maior concentração de pobreza", afirmou ontem o ministro.
"Me perguntaram ontem: ´O sr. acha que é um boicote?´”, disse o ministro, que completou: "Eu acho que, se for, é de uma perversidade quase inimaginável, né? Todos os filtros foram feitos para garantir [a seleção de] quem realmente tinha interesse".
As cidades têm até hoje para informarem de desistências ou exclusões dos médicos selecionados na primeira etapa do programa. Assim, poderão oferecer as vagas ociosas aos médicos que já estão em fase de escolherem as cidades para participarem da segunda rodada de seleções.
Na avaliação do ministro, as ausências e o número de baixas inscrições nesta segunda rodada mostram que é preciso buscar diferentes alternativas para resolver a demanda por médicos.
"Não só o processo de inscrição, mas o que está acontecendo na entrada dos médicos brasileiros de ontem só reforçam a importância de termos estratégias das mais variadas para trazermos profissionais médicos de outros países. Temos número insuficiente de médicos hoje, sobretudo para dar conta da demanda por médicos na atenção básica", disse o ministro.