Brasil começa hoje caminhada na Copa do Mundo

Chegou a hora. A Seleção Brasileira Feminina entra em campo hoje para a sua estreia na Copa do Mundo. O jogo, no Stade Des Alpes, Grenoble (França), marca mais uma tentativa de ganhar um título expressivo com a geração de Marta, a maior jogadora brasileira e seis vezes vencedora da Bola de Ouro da Fifa. Um dos problemas é que ela (Marta), contundida, está fora do primeiro desafio. O time do técnico Vadão enfrenta a Jamaica às 10h30. 
Este deve ser o último mundial da craque pela Seleção. Além dela, deixam o time Formiga e Cristiane, já que as duas confirmaram a aposentadoria da Seleção após o torneio.
Depois da primeira partida, o Brasil vai para Montpellier encarar a Austrália no dia 13 e fecha a fase de grupos contra a Itália, em Valenciennes, no dia 18 de junho.
Embora uma copa desperte paixões, o Brasil não está entre os favoritos. O time vem de nove derrotas seguidas na preparação e, mesmo que passe da primeira fase, as previsões são de que não chegue muito longe nas fases eliminatórias. 
ÉRIKA FORA – Como nota triste de última hora, a desconvocação da zagueira Érika anteontem. Após 16 dias de tratamento, no treino desta quinta-feira, a atleta voltou a trabalhar com bola. A atividade durou cerca de 15 minutos, no entanto, ao final, relatou ao departamento médico dor na perna esquerda. Érika foi examinada clinicamente e, após exames complementares realizados nesta sexta-feira (7), foi diagnosticado uma lesão do músculo sóleo, sem tempo hábil de recuperação.
Para a vaga, o técnico Vadão convocou a zagueira Daiane, do Paris Saint-Germain. A defensora se apresentaria ontem (8), no período da tarde. 
CRISTIANE E O SONHO DA COPA – Passar ao lado de uma taça de Copa do Mundo, analisando todos os seus detalhes com afinco, é uma cena que fica para sempre na memória. Mesmo que ele não pare nas suas mãos, o troféu é o símbolo máximo de toda uma trajetória de sucesso. A cena reverbera nas lembranças de Cristiane, atacante da Seleção Brasileira e terceira melhor jogadora do Mundial de 2007.
Maior artilheira da Seleção em Olimpíadas, entre homens e mulheres, a jogadora relembra o momento em que esteve ao lado da taça antes de entrar no gramado da final contra a Alemanha. Para Cristiane, a proximidade da maior glória do futebol já era um triunfo por si só.
– Ao passar ali do lado da taça, você percebe o quanto foi importante toda nossa trajetória, já que tinha sido uma campanha de muita dificuldade. E sem tantos privilégios quantos as meninas tem hoje. É um orgulho que eu tenho ter conseguido chegar a uma final de Copa do Mundo. Nós éramos a seleção com menos expectativa criada por todo mundo, até por outros países, já que em 2003 não tínhamos feito um bom desempenho. Acho que essa final teve um gosto especial, era a primeira vez para todo mundo, o país todo acompanhando. Mesmo com a derrota, é uma memória coletiva que eu guardo para mim – analisou a atacante.
Mesmo em meio aos nervos da decisão, Cristiane lembra que o ambiente nos vestiários era o mesmo do restante do Mundial: repleto de música. O samba era frequente nas concentrações da Seleção, que tinha na atacante a DJ da equipe – a artilheira faz da música um hobby no tempo livre.
A Copa do Mundo de 2007 também foi um marco na história pessoal de Cristiane, já que foi a primeira edição da atacante como titular. Para a camisa 11, a sensação de estar no mesmo grupo que atletas experientes superou a tristeza do vice-campeonato.
– Eu era titular, já tinha brigado, conseguido essa vaga. Era minha primeira Copa do Mundo como titular, realmente jogando com o grupo, e ainda bem novinha. Tinha também a alegria de saber que, mesmo muito nova, consegui integrar um grupo de mulheres um pouco mais velhas e com mais experiências que eu. Foi muito especial ter jogado essa final. Óbvio que no fim bate aquela tristeza de todo mundo, porque tínhamos a esperança do feito inédito. Ainda assim, voltamos muito orgulhosas para casa com o desempenho em meio a tantas dificuldades – completou.