Brasil participa da 22ª Conferência Internacional a partir de amanhã

De 23 a 27 de julho, acontece em Amsterdã (Holanda) a 22ª Conferência Internacional de Aids (AIDS 2018), o maior e mais importante fórum global sobre a epidemia. A edição deste ano traz como tema “Quebrando barreiras, construindo pontes” – um chamado mundial para que a luta contra o HIV ultrapasse as fronteiras entre os países e seja baseada nas melhores evidências científicas, com respeito aos direitos humanos, especialmente das populações mais vulneráveis à epidemia.
A expectativa é reunir 18 mil participantes entre cientistas, gestores, ativistas, profissionais de saúde, estudantes e jornalista.
O Brasil, que participa da conferência desde sua primeira edição, irá debater os resultados de pesquisas e avaliações de suas estratégias para resposta brasileira ao HIV, como a recente incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da profilaxia pré-exposição (PrEP), medicamento de uso diário para prevenção do HIV.
A edição de 2018, o Brasil será é destaque em nove sessões e 12 trabalhos científicos. Além de estande e de exposição fotográfica sobre projeto de Prevenção Combinada com jovens, o Ministério da Saúde participará como palestrante de nove sessões científicas, dentre elas quatro à convite da Organização Mundial de Saúde (OMS): duas para falar sobre protocolos de uso e monitoramento do medicamento dolutegravir (DTG); uma sobre PrEP e outra sobre inovações na testagem do HIV. A pasta também irá promover um workshop sobre implementação PrEP, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
COMBATE À AIDS – A produção científica nacional e a avaliação das políticas públicas de saúde voltadas para prevenção e controle do HIV/aids no país também serão tema de 12 trabalhos científicos produzidos por técnicos do Ministério da Saúde e que foram aceitos para apresentação na conferência.
Entre eles, destacam-se os de farmacovigilância sobre uso do DTG e os resultados da implantação da PrEP e da utilização de aplicativos de celular em estratégias de prevenção e adesão ao tratamento.
O Brasil é considerado pela OMS um dos líderes latino-americanos no combate à aids, sendo o primeiro país da região a ofertar a PrEP e um dos primeiros no mundo a introduzir em larga escala o dolutegravir, medicamento para o tratamento de primeira linha do HIV. O DTG é um antirretroviral de alta potência com nível muito baixo de eventos adversos, o que facilita a adesão dos pacientes ao tratamento. Desde 2013, o SUS fornece gratuitamente tratamento antirretroviral a todos os brasileiros diagnosticados com HIV, cerca de 572 mil pessoas.
Representante do Ministério da Saúde na conferência, a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), Adele Benzaken, fala sobre a importância da participação do Brasil no encontro.
“Essa é uma grande oportunidade de aprimoramento da resposta do país ao HIV/aids. Além de termos contato com as principais evidências e avanços das pesquisas científicas na área, a conferência sinaliza para os países as diretrizes globais para prevenção e tratamento do HIV.”
A diretora do DIAHV, também destaca a enriquecedora troca de experiência com pesquisadores, gestores e especialistas em saúde pública de todo mundo. “Esse compartilhamento de informações sobre o HIV contribui muito na construção de soluções para os desafios que o país ainda enfrenta frente à epidemia, como por exemplo, o aumento do número de casos de HIV entre os jovens”. Parte da delegação brasileira foi contemplada, pela organização do AIDS 2018, com oito bolsas para participação na conferência, em razão da qualidade e do número de trabalhos aprovado. Além disso, o departamento também está apoiando a participação de representantes da sociedade civil organizada indicados pela Comissão de Articulação com os Movimentos Sociais em IST, HIV/Aids e Hepatites Virais (CAMS), integrantes das grandes redes nacionais de pessoas vivendo com HIV e outros representantes de movimentos sociais que atuam na resposta nacional ao HIV.