Brasil se destaca no garrafão

Tamanho é, na maioria esmagadora das vezes, essencial no basquete.
E isso faz da seleção masculina do Brasil, que volta a disputar uma Olimpíada após 16 anos, um pesadelo para os rivais, como viu anteontem a estrelada seleção dos EUA, que precisou jogar no limite para vencer o time nacional.
O amistoso, realizado em Washington, teve a presença do presidente Barack Obama.
Ninguém terá tantos jogadores com mais de 2,10 m nos Jogos de Londres como a equipe comandada pelo argentino Rubén Magnano.
São quatro atletas com exatamente a mesma altura (2,11 m): Thiago Splitter, Nenê, Anderson Varejão e Caio Torres.
A seleção dos EUA terá só dois gigantes. Russos e lituanos, antes famosos por seus pivôs grandalhões, também têm só a metade dos atletas com mais de 2,10 m que o Brasil terá nestes Jogos.
No caso brasileiro, tamanho é documento não só pela estatura em si. Com a exceção de Caio Torres, os três outros gigantes nacionais jogam na badalada NBA. Juntos, eles faturam mais de US$ 20 milhões por ano.
Só a Espanha, com os irmãos Pau e Marc Gasol e Sergi Ibaka tem um trio que joga perto do garrafão tão importante na liga americana.
Os próprios EUA, com Tyson Chandler e o novato Anthony Davis, não atingem o tamanho e a qualidade dos alas-pivôs e pivôs brasileiros.
Ter gente grande no garrafão torna a defesa brasileira segura. Acostumados a placares centenários, os americanos fizeram apenas 80 pontos no jogo de anteontem.
Perderam feio no número de rebotes (38 a 30).
"Eles são bem treinados e tiveram um plano de jogo muito bom", declarou Kobe Bryant sobre o Brasil.
"A rotação dos três grandes deles [Anderson Varejão, Nenê e Splitter] impressiona", disse o treinador dos EUA, Mike Krzyzewski.
Do lado brasileiro, a questão de tamanho também foi tema de entrevistas.
"A altura foi um fator, e usamos isso a nosso favor", disse Anderson Varejão.
"Jogamos de igual para igual com os americanos",  comemorou Magnano, o técnico dos brasileiros.
Depois do jogo contra os americanos, a seleção viajou para a França, próxima etapa da preparação para a Olimpíada de Londres, em que a equipe estreia no dia 29 contra a Austrália.
O brasileiro Marcelinho Huertas ganhou elogios dos americanos por sua atuação no amistoso.
Sozinho, ele fez mais assistências (13) do que todo o time da casa (11). Ele é um armador brilhante. Já havia jogado bem contra a gente no Mundial, e hoje foi melhor, disse o técnico Krzyzewski.