Brecando as fusões
A Operação Lava – Jato pode não mudar o país como salientou a presidente Dilma Roussef. Mas os partidos menores, os que procuram uma fusão para melhor se fixar no panorama nacional, estes, ainda vão ter que esperar. Vinte e oito partidos situados na Câmara Federal apreciariam formar uma coligação governista capaz de deixar com água na boca as melhores democracias do mundo.
A pretensão é galgar postos na Mesa, nas comissões, se possível ocupando cargos no Executivo. Isso tudo pode acontecer, mas há de ter calma, como determinam os maiores dirigentes partidários que tivemos ou ainda temos, pouco estes, mais ainda os há. Salvo melhor juízo.
Até o DEM – os Democratas estavam se preparando para, se possível, fundir-se com o PSDB. Como sempre estão juntos, nada melhor do que trocarem figurinhas numa sigla só. Se os tucanos gostam de uma mistura assim, digamos, mais à direita, tudo bem.
Problema deles, se os Democratas já estão cansados de ver o partido diminuir, só perdendo governos, senadores e deputados e querem respirar em condições mais saudáveis, tudo bem. Eles que se entendam. Já há um forte esquema de partida: a oposição à Dilma e, em consequência, à Lula. Essa fusão parece mais palatável.
Problema, problema mesmo, são os nanicos, alguns criados há pouco. Cada um elegeu sua bancada. Um, dois, três deputados. Tudo previsto normalmente. Que esperar de um aglomerado de interessados em se eleger ou tentar uma eleição com companheiros afins? Ocorre que reunir homens e mulheres que querem subir na política é até fácil. Difícil é reuni-los em torno de um ideal que tem programa e que os acolham como se velhos companheiros fossem.
Os partidos que querem juntar-se não tem objetivo comum, a não ser o de fazer política na busca de posições melhores nos meios próprios. Não esquecer a vaidade. Por que não, indaga-se, uma fusão de meia dúzia de agremiações não daria um ministro, funções nos Estados? Em outras palavras, barganha. Que se faça justiça: os grandes também agem assim. Falam mais alto, claro, estão na luta há mais tempo, tem militantes que já ocuparam funções de relevância no executivo e no legislativo. Então, por quê condenar-se os nanicos?
O que entristece é ver que tudo continua no mesmo: alguém pensa em doutrina, esta não, até é meio proibitiva no meio. Programas a serem cumpridos, lutas em benefício da Nação, dos cidadãos? Difícil. A Nação é a Pátria, é o País. Quando chega aí, já não temos porque vibrar. Só nos tempos da seleção canarinho ou, mais objetivamente, nos tempos de Ayrton Senna.
Fundam-se os partidos, só Marina Silva não teve a sorte de ver o seu pronto para disputar em 2014. Tanta falta de sorte, assim, só se atribuindo à força contrária dos governistas ou a, e também, a falta de força da própria Marina. Ela ficou com o PSB, primeiro marchando com o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Depois, tudo com ela. Menos o eleitor, que preferiu Dilma. Pois se preferiu, agora aguente.