Cadeia tem 306 presos no final de semana

Sem contar eventuais detenções do sábado, a Cadeia Pública de Paranavaí tinha 306 presos (21 mulheres) contados no final da tarde de sexta-feira. Um número muito além da capacidade que é de 96 detentos (número de camas).
Enquanto lideranças e autoridades debatem uma solução, as preocupações aumentam por conta do forte calor das últimas semanas, gerando um ambiente ainda mais tenso.
Um policial que prefere não ser identificado, cita o drama diário com a superlotação e o medo de problemas mais graves. “Aguardando explodir”, preocupa-se.
O número de detentos atualmente, embora elevado, não é a maior lotação. No início da semana a unidade chegou a contar 315 pessoas. A população carcerária só vem aumentando nos últimos tempos. Em julho do ano passado, por exemplo, chamava a atenção o número emblemático de 280.       
Diante do problema, nesta semana autoridades paranavaienses debateram o tema em Curitiba. O deputado estadual Tião Medeiros (PTB) e o prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes (PSDB), se reuniram com o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária, Júlio Reis.
A transferência de parte dos presos e veículos para o transporte de detentos, além da reestruturação da cadeia, estiveram na pauta. Conforme matéria divulgada pelo deputado, Medeiros solicitou ao secretário a transferência de detentos que se encontram na cadeia de Paranavaí para a unidade adequada em Maringá.
Em resposta, Júlio Reis afirmou que a secretaria vai tomar providências, identificando e removendo os presos para unidades adequadas.
DEBATE CONSTANTE – O debate sobre as condições e necessidade de construção de uma nova unidade prisional em Paranavaí não é nova. Tem certamente mais de uma década.  
Na primeira gestão do ex-prefeito Rogério Lorenzetti, houve reuniões e as discussões foram acirradas entre favoráveis e contrários. Na época existia verba e disposição política para construir presídios no Paraná. Paranavaí se dividiu e, diante da indecisão, as unidades foram para outros municípios.  
Quem é contra alega que a cidade ficará mais insegura e que atrairá uma população socialmente vulnerável por conta dos detentos. Os favoráveis lembram que há sempre reforço de segurança onde há penitenciárias. Sem citar que o preso já existe, apenas vivendo em condições precárias.
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