Campanha aponta o que está ruim, mas sem criticar as pessoas, diz César Alexandre

O candidato a prefeito de Paranavaí, César Alexandre dos Santos (do PT – Coligação Paranavaí para Todos) entende que está conseguindo fazer uma campanha de propostas, como se comprometeu no início do atual pleito.
Adverte que o debate propositivo permite criticar a administração e os seus pontos negativos, porém, sem críticas às pessoas. “Eleição serve pra isso: ver o que está ruim e o que pode ser feito”, resume.
Alexandre falou ainda sobre os temas centrais da atual campanha, com ênfase na saúde, educação e infraestrutura.
O grande tema da campanha do petista é a construção do hospital municipal. Admitindo que o ideal é a construção da unidade, Alexandre vê a necessidade de uma medida emergencial já em janeiro, conforme se comprometeu nos programas eleitorais de rádio e TV.
Pretende conversar com a comunidade através da Sociedade Médica, Conselho Municipal de Saúde, PA e a Santa Casa, buscando uma estrutura já existente para adequar e colocar em funcionamento, disponibilizando mais leitos imediatamente.
Num segundo momento, estabelecer o diálogo entre PA e Santa Casa para definir os atendimentos, ficando os casos menos graves para o hospital municipal e os mais complexos para a Santa Casa. Para o candidato, a prioridade é retirar os pacientes que são “internados” nos corredores do PA, o que para ele é precário e vergonhoso, caracterizando a emergência.

SOLUÇÃO DEFINITIVA – Paralelamente o candidato quer buscar caminhos para solução definitiva. O hospital municipal pode se viabilizar a partir da estrutura da UPA – Unidade de Pronto Atendimento – já liberada pelo Governo Federal para o ano que vem e, a partir daí, buscar novos recursos. Cita o exemplo de Cruzeiro do Oeste, onde, em parceria com o Governo Federal, o município está construindo um hospital novo. Segundo ele, o Governo Federal vai equipar a unidade.
Portanto, raciocina, são duas coisas distintas: primeiro, resolver de imediato o problema do leito hospitalar e a médio e longo prazos, a construção do local definitivo.
Ele cita como fonte de recurso para as primeiras mudanças o percentual do orçamento que pode ser remanejado pelo Prefeito ou mesmo uma mensagem para a Câmara, redistribuindo valores. O orçamento não é problema, sintetiza, complementando que para 2013 a previsão é de R$ 142 milhões.
Além disso, o candidato quer rever a gestão da saúde, implantando ferramentas de gerenciamento dos resultados. Ele entende que é preciso saber número de exames, consultas emitidas e de atendimento por parte dos médicos, debatendo com eles a produtividade. Fundamental nesta proposta é implantar um sistema de informatização eficaz. “Ter capacidade de dialogar para reduzir ou zerar a fila de consultas”, descreve.

SIMPLIFICANDO? Questionado se estaria simplificando a campanha ao focar o hospital municipal, Alexandre disse que não.  Lembrou outros projetos, como na área da educação com o modelo integral, turno alternativo e gestão do dinheiro da educação.
Igualmente falou do seu modelo de guarda municipal e criticou a forma proposta atualmente, que segundo ele, com foco na guarda patrimonial.
“Queremos que proteja o cidadão, escolas, bairros”, explica. Mas, retorna à questão da saúde, por ser “tão presente e a situação tão crítica, que o povo quer discutir”. Para o postulante, não adianta dizer que a responsabilidade é dos governos Federal e Estadual. César diz que o povo levou o foco para a saúde por ser sua maior carência.

SEGURANÇA – Sobre segurança, o candidato entende que o videomonitoramento é uma boa alternativa. Porém, não pode ser transformado no que classifica de indústria de multa, utilizado para flagrar motoristas cometendo infrações. Ele defende que o serviço seja ampliado, contemplando escolas e áreas comerciais dos bairros. Também como estratégia de segurança é preciso melhorar a iluminação pública, diz.
Paranavaí usou recursos próprios na etapa atual de videomonitoramento que para Alexandre é um equívoco, pois existiriam recursos federais. Ele cita Maringá e Ponta Grossa como cidades que usaram recurso do Programa Nacional de Segurança Pública. O valor do videomonitoramento também assustou o candidato – mais de R$ 1,2 milhão. Se comparado com similares, gastou mais, lamenta.

SEM COBRANÇA – Outro compromisso do candidato promete polêmica: Não cobrar o estacionamento regulamentado para motocicletas. Ele argumenta que é possível implantar a rotatividade sem a cobrança, até porque seria pouco operacional.
Ao invés dos grandes espaços atuais, ele quer a adoção de vagas para motos nas sobras das vagas para carros, em pequenas quantidades. Isso geraria maior facilidade para motociclistas e sem comprometer vaga de carro, explica. Portanto, o controle da rotatividade, mas sem cobrança.

DROGAS E EDUCAÇÃO – Sobre drogas, a solução é o enfrentamento. Primeiro, numa ação preventiva, dando ocupação para os jovens. A escola integral será mantida e aperfeiçoada, fala. Hoje as escolas não têm estrutura para isso, diz. Por outro lado, o modelo só atende crianças até dez anos. Dos 10 aos 17 anos, a proposta é o turno alternativo, com atividades esportivas, recreativas e culturais.
Ele prevê o uso dos espaços públicos, tais como salões de igrejas, associações de moradores, quadras de escolas municipais ou estaduais. Na visão petista, é possível aproveitar essas estruturas, somadas aos voluntários e estruturas da Fundação de Esportes e Fundação Cultural. Os equipamentos poderiam ser melhor utilizados, já que no seu entendimento não tem programa voltado para esse foco.
Outro passo fundamental é a recuperação dos usuários de drogas. Ele defende a parceria com as entidades, sobretudo, experiências positivas como as das Igrejas Católica e Evangélicas. No entanto, o município deve ser parceiro e não concorrente, aproveitando a experiência da comunidade. Cabe ao município o investimento financeiro e estrutural.
Também no processo de recuperação devem participar as estruturas públicas como CAT e CAPS-ad. Enfim, o município deve fazer uma parte e as entidades exercerem o seu papel destacado  na comunidade. O candidato vê a necessidade da recuperação da dependência química, mas também da estrutura familiar e espiritual. Ele justifica que é possível buscar recursos federais e não depender apenas do dinheiro da Prefeitura.

CASAS POPULARES – Sobre moradias populares, o candidato entende que é preciso ter mais agilidade. Ele defende o Programa Minha Casa Minha Vida e acha que Paranavaí está muito lenta na liberação de terrenos. Na visão do candidato, o número de casas em quatro anos é muito baixo, diante do déficit superior a quatro mil unidades. Cita Umuarama, que teria mais de duas mil casas nessa modalidade.
Também sobram críticas em relação ao grande conjunto de 316 moradias entre os Jardins Ipê e Santos Dumont. Faltou planejamento, pois não há creche, escola ou saneamento. “Lá são duas fossas sépticas por lote”, lamenta, lembrando que essa era obrigação do município.
A incoerência se torna ainda maior se levado em conta que as casas dispõem de energia solar, fala.
Alexandre é contra a construção de grandes conjuntos. Para ele, o limite é de 100 casas, já que desta forma fica mais fácil a inserção das famílias ao bairro e o acesso aos serviços tais como saúde e educação.
Ele quer que o grande conjunto seja avaliado e que cada responsável assuma a sua parcela, seja construtora ou município. Alexandre diz ter informações de casas com rachaduras e muros que cederam.
Por fim, reafirma que duas fossas sépticas por quintal impossibilita qualquer sonho de ampliação por parte dos moradores, “um crime” na visão do postulante. A implantação do esgoto é, portanto, o maior desafio. 

INTEGRAÇÃO REGIONAL – Para César Alexandre, a integração regional ultrapassa os limites da cidade e deve ser debatida com todos os municípios da região. Paranavaí deve se destacar não apenas pelo tamanho ou posição geográfica, mas se comportar como polo pela economia, na medicina e na educação.
Abrir a saúde, criar novas unidades, o hospital municipal. Na educação, apoio ao Instituto Federal – IFPR e FAFIPA para, a partir daí, fortalecer a educação. O candidato lamenta que a FAFIPA seja usada há décadas apenas como bandeira política.
Nesta eleição, adverte, o debate está de volta, “eleitoreiro, sem solução definitiva”.
O candidato prega que tem que definir pela UNESPAR ou um caminho alternativo. Ele não vê a UNESPAR consolidada, pois encontra-se apenas no papel, sem uma mudança substancial. Alexandre cobra a definição, por exemplo, sobre a reitoria. No seu entendimento, a demora é questão política.
“Se fosse Paranavaí já poderia ser anunciado”, opina, alertando para a importância da universidade. Outro ponto de desenvolvimento regional é a adoção de projetos comuns, fortalecendo os consórcios. O postulante insiste que há dinheiro para projetos regionais.
Ainda na linha de desenvolvimento regional, analisa que é possível duplicar a BR-376 até o Mato Grosso do Sul, como propõe o Conselho de Desenvolvimento de Paranavaí. Embora não seja atribuição exclusiva do prefeito de Paranavaí, ele pode ter ação determinante com as demais lideranças regionais.  

POR QUE VOTAR NO CÉSAR
“Para Votar na renovação política. Paranavaí tem reproduzido ao longo dos mandatos, grandes coligações, muitas vezes por interesses individuais e de grupos na nomeação de secretários e diretores, sem observar o lado técnico. Vamos fazer um governo o mais técnico possível, aproveitando o funcionalismo. Para isso tem que ter autonomia política. Nossa candidatura se pautou por isso. Os partidos conosco não solicitaram cargos. Então, eu tenho autonomia para escolher as melhores pessoas. Ser do PT é importante. Temos ajudado a cidade sempre, mesmo sem estar na Prefeitura. Prova disso é o IFPR e o PAC. Quero ser o prefeito do diálogo, perto das pessoas. Vamos trabalhar o orçamento participativo, ter um canal com o Governo Federal. Quero ser prefeito para cuidar das pessoas. As obras só se justificam se forem voltadas para as pessoas”.