Campanha foca população sexualmente ativa

O Ministério da Saúde está desenvolvendo a campanha de prevenção à AIDS no Carnaval. O público é a população sexualmente ativa. A ideia é reforçar o uso da camisinha como prevenção. Com o tema “A vida é melhor sem AIDS. Proteja-se. Use sempre a camisinha”, a campanha pretende chamar a atenção para a diferença que faz o uso do preservativo na hora da relação sexual.
A campanha é de fundamental importância para intensificar a prevenção à DST/AIDS, avalia Maria da Penha Francisco, da 14ª Regional de Saúde. Pesquisas divulgadas nos últimos anos mostram uma queda no uso da camisinha de 58% para 49%, em todas as faixas etárias, nas relações com parceiros casuais, aponta o Ministério da Saúde.
Por conta disso, o ministério enviou aos estados e municípios mais de 68,6 milhões de preservativos para serem distribuídos durante o Carnaval. A abordagem da campanha dá ênfase a um novo conceito, a uma nova metodologia, e procura chamar a atenção de que – Viver com AIDS, apesar de possível, não é fácil.
A AIDS não é como gripe e queimadura, que podem ser curados com tratamento médico. Os cuidados com a saúde, no caso do HIV, exigem acompanhamento pelo resto da vida.
FIQUE SABENDO – Os governos em suas três esferas, estão incentivando a testagem, por meio da ação “Fique Sabendo” – estratégia de mobilização direcionada à ampliação do diagnóstico precoce de AIDS. A meta é possibilitar às pessoas que vivem com HIV e não sabem disso, público estimado em 150 mil, façam o teste.
Desde o ano 2005 – quando o teste rápido foi implementado no país – a 2012, houve aumento de 430% no número de testes ofertados (de 528 mil para 2,8 milhões). Com apenas uma gota de sangue, o resultado do teste sai em 30 minutos e a pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame.
O exame é 100% nacional desde 2008, produzido pela Biomanguinhos/Fiocruz e pela Universidade Federal do Espírito Santo. Nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), a entrega do resultado é sigilosa.
TESTE EM PARANAVAÍ – Em Paranavaí, o teste pode ser feito no SINAS – Sistema Integrado de Atendimento em Saúde. O atendimento é das 7h30 às 11h30 e das 14 horas às 16 horas (de segunda à sexta-feira), esclarece a enfermeira Marielza Sestario Pinheiro, chefe da unidade. Basta comparecer levando um documento de identidade com foto. Menores de 18 anos devem estar acompanhados de responsáveis. Além de HIV, também são feitos testes de hepatites “B” e “C”.
Cenário no Brasil: De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 630 mil pessoas vivam com AIDS. Destas, 150 mil não sabem. O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS (Unaids), estima que haja 34 milhões de pessoas com HIV no mundo.
Pesquisas apontam para o aumento de casos da doença entre jovens homossexuais. Na população em geral de adultos brasileiros, a prevalência do HIV é 0,4%. Já entre os jovens homossexuais, esse percentual chega a 10% e, às vezes, até a 12%, ou seja, é vinte vezes maior do que na população em geral. Este número se refere a jovens homossexuais, profissionais do sexo e travestis. Maria da Penha aponta que, em relação aos jovens homossexuais na região, verifica-se os mesmos dados gerais do Brasil.
PARANÁ – O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que o Paraná está com cerca de 23.500 casos de AIDS desde o início da epidemia, e vem registrando anualmente cerca de 1,3 mil novos casos, 1.500 novos casos de Hepatite B e mil novos casos de Hepatite C.
14ª REGIONAL DE SAÚDE – Na área da 14ª Regional de Saúde, de acordo com registros do Sistema de Notificação, o primeiro caso foi detectado em 1986. Desde então foram notificados 418 casos de AIDS, sendo 37% em mulheres e 63% em homens.  
Com relação à faixa etária do total de caso, estes se concentram entre 20 e 49 anos. A Diretora da Regional de Saúde, Verônica Moraes Francisquini, chama atenção para alguns dados que também preocupam. Pessoas com mais de 50 anos, por exemplo.  Esta faixa etária já representa 8% do total de casos.
Do total de casos notificados, cerca de 36% foram a óbito em decorrência das doenças oportunistas da AIDS, tais como Tuberculose, Hepatite e alguns cânceres, ou falência geral. Na área da Regional é possível observar que há um aumento significativo por busca de realização de exames, mas ainda há diagnóstico tardio, lamenta Maria da Penha.