Candidato a governador, Bernardo Pilotto se apresenta como alternativa

O candidato do PSOL ao Governo do Paraná, Bernardo Pilotto, esteve em Paranavaí ontem. No começo da tarde o postulante concedeu entrevista ao Diário do Noroeste. Disse que o PSOL quer ser alternativa ao modelo de política no Estado e no país.
Como meta já para o pleito de 05 de outubro, o partido quer eleger um deputado estadual. Para tanto conta com os votos de legenda, esperando conquistar 1% do total. A sigla tem 15 candidatos a federal e 24 postulantes à Assembleia Legislativa.  
Pilotto informou que está percorrendo as principais cidades do Estado, onde o PSOL está organizado. São cerca de 25 municípios. Nas conversas com o povo, pretende conquistar a confiança dos eleitores indecisos ou que originalmente anulariam o voto. São cerca de 18%, analisa.
Sua missão é mostrar as diferenças entre a candidatura do PSOL e as dos partidos tradicionais. Referiu-se especialmente aos três principais classificados nas pesquisas de opinião – Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).
Para financiar a campanha, Pilotto, que é funcionário público federal, recorre às pequenas doações de militantes e simpatizantes. Uma campanha de arrecadação pediu R$ 2,50. Mas, há outros doadores, nunca com valor superior a R$ 3 mil.
Em dois meses de campanha, o candidato informa que gastou cerca de R$ 35 mil. Um valor insignificante, fala, especialmente levando em conta estruturas milionárias que se utilizam de aviões e helicópteros. “Um voo de helicóptero custa cerca de R$ 24 mil”, relata.
Não aceitar doações de grandes valores tem um significado. O PSOL busca independência em relação às grandes empresas e grupos políticos. Mesmo sem recursos, Pilotto avalia que é preciso “plantar sementes”, levando o programa do partido para o país e mostrando as suas diferenças em relação aos tradicionais.
Um exemplo prático dessas diferenças está na saúde. Pilotto, que trabalha no Hospital das Clínicas de Curitiba (funcionário público federal), defende a construção de um laboratório público, ofertando remédio para a população a um custo mais baixo para o Estado.
Ele afirma que os candidatos tradicionais não têm condição de fazer isso, pois são financiados por grandes laboratórios. Da mesma forma, não conseguem fazer outras políticas que igualmente atendam ao interesse público, justamente por conta das amarras com grandes empresas.
“É preciso romper com a indústria da doença, que sustenta interesses de grandes empresas”, reitera, propondo uma forte ação preventiva, permitindo aos paranaenses mais qualidade de vida.  
Ontem à noite o candidato participaria de uma reunião com militantes do PSOL em Paranavaí. O objetivo do encontro é iniciar o debate para participação nas eleições municipais de 2016. O partido quer ter candidato e se organizar para isso. O presidente do PSOL em Paranavaí é o professor Alcione Messias de Jesus.
BIOGRAFIA – Bernardo Seixas Pilotto é filho de paranaenses, nascido no Rio de Janeiro (RJ), e reside em Curitiba desde 1995. É servidor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde 2006 e trabalha no Hospital de Clínicas, além de atuar no Conselho Municipal de Saúde de Curitiba.
Formou-se em Ciências Sociais pela UFPR e está concluindo o mestrado em Saúde Coletiva na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Começou a militar no movimento estudantil e, em 2004, foi um dos fundadores do PSOL no Estado, ajudando o partido a coletar as assinaturas necessárias para sua legalização.
Foi candidato a deputado estadual em 2010, e a vereador em Curitiba em 2012, sendo, com 1.211 votos, o candidato mais votado do partido na cidade. Desta vez, é o candidato a governador mais jovem ao Governo. Atualmente milita no Setorial Nacional de Saúde do PSOL, e é referência em debates da área, assim como em temas como educação e cultura.