Candidaturas divergem quanto ao hospital municipal

A saúde foi escolhida como o centro dos debates das eleições 2012 em Paranavaí. Na busca por soluções, as candidaturas divergem frontalmente em relação a um tópico: a construção do hospital municipal. Situação tem argumentos que inviabilizam a construção. Já a oposição entende que seria uma saída para desafogar o sistema.
O programa do horário gratuito da TV do candidato à reeleição, Rogério Lorenzetti (PMDB), ocupou a maior parte do tempo ontem para mostrar a inviabilidade da proposta, defendida pela oposição através dos candidatos César Alexandre (PT) e Ivan Bernardo (PSTU).
Um dos pontos importantes foi o depoimento do médico Sari Omar, diretor de atendimento à saúde da Secretaria Municipal. Ele disse que apenas leigos defendem a ideia do hospital municipal.
Isso porque o hospital seria de baixa complexidade, a exemplo das unidades semelhantes que existem na região. Nas palavras do médico, seria um depósito de doentes.
A solução apontada pelo candidato Lorenzetti é o investimento em média e alta complexidade. Para tal, vai insistir na transferência da obra do antigo Hospital Noroeste para a Santa Casa, com o Estado financiando o término da obra.
R$ 10 milhões já estariam compromissados em documento do Governo, através da Secretaria de Estado da Saúde. Serão 60 leitos numa primeira etapa, podendo chegar a 100 unidades, além de dez leitos de UTI.
Outro ponto fundamental, disse o candidato, é a gestão plena da saúde, ou seja, o município assumir toda a cadeia, incluindo baixa, média e alta complexidade. Atualmente a gestão é compartilhada (tripartite).
O município assume a saúde básica, o estado a média complexidade e a união a alta complexidade. No modelo de gestão plena o município é remunerado pelos procedimentos.
CÉSAR ALEXANDRE E IVAN BERNARDO QUEREM HOSPITAL MUNICIPAL – Enquanto isso, a oposição defende a construção do hospital municipal. César Alexandre, por exemplo, entende que seria a solução para melhorar o atendimento com mais remédio e menos fila. Ele entende que a cidade não pode depender apenas da Central de Leitos do Estado.
Para o candidato, o hospital municipal deverá ser equipado, ter pediatras, ginecologistas e dentistas de plantão. Alexandre analisa que uma estrutura hospitalar municipal vai atrair mais médicos, já que é no SUS que eles formam a sua clientela.
Por fim, defende um debate na questão dos postos de saúde e na gestão, causa dos principais problemas, avalia. Ele quer ainda investimento nas ferramentas gerenciais, incluindo informatização.
Também o candidato Ivan Bernardo tem insistido no projeto do hospital municipal. Para ele, uma unidade capaz de suprir as deficiências hoje existentes na saúde de Paranavaí.
Ele radicaliza ao propor que o PA – Pronto Atendimento – tenha espera máxima de 30 minutos. O programa de Bernardo é o mesmo repetido desde o início do horário eleitoral. Já César Alexandre reprisou ontem à tarde o programa de sexta-feira e colocaria um material inédito no horário das 20h30.