Capacitação tem como objetivo reduzir a mortalidade infantil

Os municípios de abrangência da 14ª Regional de Saúde apresentam índice de mortalidade infantil de 11,12%. O número está acima da média estadual, que é de 10,9%. A situação é parecida em relação à mortalidade materna. Em todo o Noroeste, os indicadores apontam 32,7%, contra 25,5% da média paranaense.
Para mudar esta realidade, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está capacitando profissionais que fazem a atenção primária em toda a região. A iniciativa é voltada para enfermeiros das redes municipais de saúde, auxiliares e técnicos de enfermagem e enfermeiros de hospitais.
A enfermeira Olga Laura Peterlini, assessora do Programa Mãe Paranaense, desenvolvido pela Sesa, disse que a principal causa da mortalidade materna é a hipertensão específica na gestação. E para evitar os óbitos, os cuidados com a saúde da mulher devem ser tomados durante todo o pré-natal. Ela também precisa receber assistência hospitalar qualificada.
Entre os recém-nascidos, a principal causa de morte está no nascimento prematuro. De acordo com Olga, um dos fatores que mais contribuem com esta situação é o alto índice de cesarianas. Se a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que apenas 20% dos partos sejam feitos de forma não natural, o Paraná registra média de 72% de cesárias.
Mas o que leva 72% das mulheres paranaenses a evitarem o parto normal? As respostas são várias, conforme apontou a assessora do Programa Mãe Paranaense. O trabalho de parto pode durar até 20 horas, ou seja, a mulher pode sentir dores por 20 horas. Existe ainda a questão cultural. A formação médica é outro fator preponderante.
Olga argumentou que não é difícil reverter a situação. “Há vários exemplos em todo o Brasil de hospitais que priorizam o parto normal. Em Curitiba existe um hospital público onde apenas 32% são cesarianas”, informou. Segundo ela, há diferentes técnicas que reduzem o sofrimento da mulher em trabalho de parto e facilitam o nascimento do bebê.