Casa do Aguardo ainda corre risco de fechar

Ontem de manhã, prefeitos dos 28 municípios que compõem a Amunpar (Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense) estiveram reunidos na sede da entidade em Paranavaí para tratar de diversos temas. Mas o assunto principal foi a manutenção da Casa do Aguardo que já acumula R$ 29 mil em dívidas com fornecedores.
A informação é de que a locadora de imóveis responsável pela Casa já pediu o imóvel, que está com três meses de aluguel atrasados.
“Eu estive acompanhando o trabalho na Casa do Aguardo durante a semana, e a situação está se agravando a cada dia, com a dívida aumentando cada vez mais. O prefeito que está em débito com a Apridanorpa quite seu débito para não fechar as portas da Casa”, destacou José Maria, presidente da Amunpar.
O problema da situação financeira da Casa do Aguardo já vem se arrastando desde outubro do ano de 2013, quando a dívida com fornecedores era de menos de R$ 20 mil.
A situação atual é ainda mais grave. A informação é de que o fornecimento de água teria sido cortado por falta de pagamento.
Outra situação preocupante é o pagamento do aluguel do imóvel, que já está três meses atrasado, com os responsáveis correndo o risco de despejo caso a dívida não seja quitada nos próximos dias.
“Nós ajudamos a Asilos, Apaes, entre outras instituições sociais, e porque não ajudamos a Casa do Aguardo que recebe diariamente dezenas de pacientes de toda a região”, disse Zé Maria.
Um dos momentos mais exaltado da reunião que tratou do assunto, foi a de que o município de Paranavaí não contribui com há algum tempo. A alegação é de que os pacientes de Paranavaí, por morarem na cidade, não estariam utilizando a instituição.
O prefeito Cláudio Golemba, ex-presidente da Amunpar, afirma que os pacientes de Paranavaí utilizam sim a Casa do Aguardo. “Essa questão é fácil de resolver, é só pedir para assistente social do município acompanhar de perto os trabalhos na Casa do Aguardo, ela irá confirmar que Paranavaí utiliza sim o espaço”, frisou Golemba.
O prefeito de Paranavaí, Rogerio Lorenzetti, disse que não há maneira legal de realizar o repasse de recursos para manutenção da Casa do Aguardo. “Não tem meios legais para o repasse, se a burocracia for vencida hoje, eu pago amanhã o que é devido”, afirmou o gestor de Paranavaí.
É importante ressaltar que não é só Paranavaí que figura como inadimplente com a Apridanorpa (Associação das Primeiras-damas do Noroeste Paranaense) – há outros municípios que não vem honrado os pagamentos mensais de R$ 500,00.
O levantamento aponta que a Apridanorpa, entidade gestora da Casa do Aguardo, tem para receber R$ 37 mil, valor que daria para quitar todas as dívidas e ainda sobraria cerca de R$ 8 mil em caixa.
A Casa do Aguardo atende diariamente dezenas de pacientes, que se deslocam de madrugada para Paranavaí na busca de atendimento médico. Na Casa os pacientes encontram café da manhã, almoço, café da tarde, além de quartos para descanso, banheiros e espaço de convivência.
O trabalho é desenvolvido por uma nutricionista, uma assistente social, uma secretária, cozinheiras e serviços gerais.
Zé Maria sugeriu a realização de eventos para arrecadar fundos para a manutenção da Casa. “Eu mesmo já consegui junto à comunidade novilhas para serem leiloadas para a Casa do Aguardo”.