Caso positivo de dengue expõe risco de epidemia em Paranavaí

A confirmação de um caso de dengue em Paranavaí, na última quinta-feira (20), expôs uma preocupação das autoridades em Saúde: a possibilidade de haver uma epidemia da doença nos próximos meses.
Em reunião realizada na manhã de ontem, a diretora municipal da Vigilância em Saúde, Verônica Moraes Francisquini Gardin, afirmou que se trata de uma situação atípica, por ser inverno. “Não deveria ter caso [nesta época].”
A paciente com dengue tem 47 anos e mora no Jardim Paulista, na região central de Paranavaí. Além dela, duas pessoas tiveram sintomas da doença, por isso, amostras sanguíneas de ambas estão sendo analisadas em laboratório.
De acordo com o assessor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho, a identificação desses três casos (um positivo e dois em suspeitos) demonstra que existe circulação viral. Se houver propagação do vírus, o número de pacientes com a doença crescerá de maneira significativa.
A projeção é que a partir de setembro a situação comece a se complicar na cidade, por se tratar do período em que as temperaturas costumam aumentar. As chuvas também são mais frequentes. Sem mudanças nesse cenário, Paranavaí poderá enfrentar epidemia de dengue a partir de janeiro de 2018.
NÚMEROS – O assunto foi debatido durante a reunião do Comitê Municipal de Combate à Dengue. Na ocasião, apresentaram números relativos à doença, de 1º de janeiro até quinta-feira passada. São 14 casos positivos e 348 negativos.
O último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Lira), que mede a infestação pelo mosquito transmissor da dengue, apontou 0,3 pontos percentuais. O indicador é considerado baixo, mas também leva em conta as condições do tempo: frio e sem chuvas.
Ao mesmo tempo, o quadro de servidores municipais é composto por 54 agentes de saúde, dos quais três estão de licença médica. Considerando o número de imóveis em Paranavaí, o déficit na equipe é de 15 pessoas, de acordo com as diretrizes do Programa Nacional de Combate à Dengue.
PROBLEMAS – Segundo o assessor da Vigilância em Saúde, o descarte irregular de lixo continua sendo o principal problema em Paranavaí. O fato de pessoas jogarem resíduos em terrenos baldios e fundos de vale compromete as ações de combate ao Aedes aegypti.
Outra situação apontada por Fadel Filho é que moradores de condomínios residenciais de luxo também mantêm essa prática, ou seja, descartam lixo em locais inapropriados. Na avaliação dele, isso comprova que é uma questão cultural e de conscientização, e não tem a ver, necessariamente, com fatores econômicos.
Há, ainda, casos de pessoas que acumulam objetos dentro de casa e não permitem que sejam retirados, o que facilita o acúmulo de água, garantindo condições favoráveis para a reprodução do Aedes aegypti.
COMBATE – Assim que o caso de dengue foi confirmado no Jardim Paulista, o trabalho de bloqueio teve início. Quer dizer que servidores da Vigilância em Saúde foram até a região e atuaram para identificar e eliminar possíveis focos. Também fizeram a pulverização de veneno para matar o mosquito.
Na próxima semana, outras ações deverão ser desenvolvidas em Paranavaí, com o objetivo de levar conscientização para os moradores, promovendo prevenção. As estratégias ainda estão sendo definidas.