Casos da bactéria KPC reforçam necessidade de cuidados com antibióticos
Uma das pacientes já teve alta médica e a outra permanece internada em um leito de isolamento em enfermaria do hospital universitário. Amostras de outros 17 pacientes do HU foram negativas.
Os resultados não interferem nas rotinas dos hospitais porque todas as medidas preventivas para evitar mais contaminações foram adotadas desde a suspeita dos casos.
“Com a orientação do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, o hospital universitário fez a desinfecção de alas e isolou os pacientes suspeitos”, explica o coordenador do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana.
A postura adotada foi norteada pela Nota Técnica 01/13 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece as medidas de contenção e controle de enterobacterias multirresistentes.
Santana explica que a disseminação de bactérias multirresistentes que contém enzimas como KPC ou New Delhi Metallobetalactamase (NDM) é um fenômeno mundial, que ocorre em diversas instituições hospitalares do Brasil e de vários países.
“A situação é de extrema relevância e preocupação para os profissionais de saúde, pois essas enzimas promovem resistência das bactérias aos antimicrobianos, reduzindo as opções de tratamento”, explica.
O coordenador ressalta que as infecções ocasionadas por bactérias multirresistentes, como a KPC, têm tratamento. “As opções de antimicrobianos são limitadas e, por isso, o termo “superbactéria” é popularmente conferido a esses microorganismos. No entanto, o termo não é tecnicamente correto porque dá uma noção superestimada do risco dessas bactérias”, enfatiza o coordenador.
Confira as medidas de prevenção e controle de infecções que os hospitais devem utilizar:
a) Todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes devem higienizar as mãos frequentemente;
b) Disponibilizar continuamente insumos para a correta higienização das mãos e dos ambientes;
c) Disponibilizar continuamente Equipamento de Proteção Individual (luvas e aventais) para o manejo do paciente e suas secreções, além da correta paramentação para lidar com o ambiente em torno do paciente, colonizado ou infectado;
d) Reforçar o cuidado com o paciente, portador de bactéria multirresistente, preferencialmente feito por um corpo profissional exclusivo;
e) Reforçar a aplicação de precauções de contato específicas para profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes, quando do isolamento de microrganismos de importância epidemiológica definida, ou, de forma empírica, para pacientes sob risco de colonização pelos mesmos, até a obtenção de resultados de testes de vigilância microbiológica;
f) Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente: limpeza e desinfecção de superfícies, tendo esta rotina e os insumos padronizados;
g) Aplicar, durante o transporte intrainstitucional e interinstitucional, as medidas de precauções de contato para os profissionais que atuam diretamente com o paciente, incluindo o reforço nas medidas de higiene do ambiente;
h) Monitorar os casos de infecções nos pacientes suspeitos e mais suscetíveis;
i) Implantar políticas de uso racional de antimicrobianos (antibióticos, antifúngicos e antivirais) e outras medidas que forem necessárias de acordo com a instituição.