Casos de febre amarela no país colocam a região em alerta

Os recentes casos de febre amarela no país colocam a região de Paranavaí em alerta. É preciso ficar atento, informando mortes suspeitas de macacos ou sintomas em seres humanos. As duas situações precisam ser investigadas.
Chefe da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Samira Silva reforça que se houver um primata morto, há necessidade de investigar. Isso vale, inclusive, para o Bosque Municipal de Paranavaí e outras estruturas urbanas da cidade e da região onde haja macacos.
Ela adverte que se trata de uma investigação e que tais episódios devem deixar as pessoas em alerta, sem perder de vista que o animal pode ter morrido de qualquer outra causa. A investigação, portanto, tem também caráter preventivo.
É importante saber que o macaco não transmite a febre amarela, mas, a exemplo do homem, também é vítima da doença.
Outro dado preocupante para a Vigilância Epidemiológica é o número de pessoas que visitam ou que venham de áreas com registros do vírus da febre amarela.
O trânsito de pessoas aumenta nesta época por causa das férias de verão. Sem contar que o país está a um mês do Carnaval, também propício para viagens pelas diversas cidades.
Samira informa que nos próximos dias haverá reunião técnica para tratar desse e de outros temas. Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde realizou uma videoconferência sobre febre amarela.  
VACINA – Samira detalha que a região de Paranavaí é considerada de risco, o que exige ainda mais atenção. Por outro lado, a febre amarela pode ser prevenida com uma única dose de vacina.
Portanto, quem ainda não se vacinou pode procurar uma unidade básica de saúde – UBS (posto). A imunização faz parte da rotina da política pública de saúde.
Na regra geral, devem tomar vacina as crianças a partir dos nove meses de vida e adultos até 60 anos. Após os 60 anos é preciso passar antes por avaliação médica. Quem não tem certeza se foi imunizado, precisa localizar a carteira de vacinação. Na impossibilidade, procurar o posto para localizar o histórico. Muitos têm as fichas ou até o controle informatizado. Uma única dose protege para a vida toda.
O Extremo-Noroeste do Paraná tem algumas particularidades que exigem cuidados redobrados. Uma delas é a divisa com os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, áreas igualmente de risco.
Outro fator é que os três mosquitos transmissores, dentre eles, o Aedes aegypti (que transmite também dengue, febre chikungunya e zika vírus), circulam na região. “A vigilância deve ser permanente”, resume Samira Silva.
MORTE – Ainda mais que ontem os grandes veículos de comunicação do país trouxeram a confirmação de nova morte por febre amarela. Trata-se de um homem de São Paulo, 49 anos, que adoeceu na Bahia. Morreu anteontem.
Em alerta internacional sobre a febre amarela, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) destaca que número de casos em humanos e em animais registrados no último ano é o maior em décadas de vigilância sobre a doença na região.
Conforme a organização, o Brasil teve 777 casos confirmados, 261 mortes e 1.659 casos em animais entre o segundo semestre de 2016 e junho de 2017. São Paulo lidera as estatísticas com 322 casos. Até a última sexta-feira, São Paulo tinha 21 casos de pessoas mortas por febre amarela silvestre no estado.
CONHECENDO – A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), gravidade variável, causada pelo vírus que ocorre na América do Sul e na África.
Os sintomas são: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).
A transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A transmissão de pessoa para pessoa não existe. Não há um tratamento específico, pois é apenas sintomático.
A pessoa deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva. Se o paciente não receber assistência médica, pode morrer.
PREVENÇÃO – A única forma de evitar a febre amarela silvestre é a imunização contra a doença. A vacina é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. Deve ser aplicada dez dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença.
A vacina é contraindicada a gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado) e pessoas alérgicas a gema de ovo. A vacinação é indicada para todas as pessoas que vivem em áreas de risco para a doença. (Com informações do Ministério da Saúde).