Celular, necessidade e exageros

Rogério J. Lorenzetti*

O uso de aparelhos celulares incorporou-se de forma definitiva e, na minha opinião, também abusiva, no cotidiano das pessoas.
Sendo um instrumento multiuso e prático, com muitas utilidades, o celular se tornou indispensável no dia a dia. Com recursos que variam desde a atividade profissional, passando pela informação, interação e lazer, o aparelho traz comodidade e celeridade nas relações interpessoais.
As crianças têm nele objeto de diversão e pesquisa, muitas vezes com exagero no tempo dedicado ao manuseio. Mães preocupadas buscam colocar limites de uso, sendo uma necessidade que elas complementem as atividades escolares com lazer interativo (esporte, cultura, tempo com a família e outras), sob o risco, em não agindo assim, de criar uma geração insensível, que passa a buscar no aparelho a companhia ideal para a vida e satisfação das suas demandas.
Basta olhar ao nosso redor e observar que o uso abusivo deste equipamento traz o distanciamento entre as pessoas, bastando a elas a interação virtual em grupos sociais, com troca de mensagens, imagens e informações.
A boa conversa e presença física vai sendo substituída por um imenso universo virtual, tornando as relações humanas mais distantes, limitadas a frases feitas, imagens e figuras expressando sentimentos e emoções.
Até que ponto isto pode influenciar nossa vida ainda não foi avaliado, mas mesmo trazendo comodidades e celeridade temos que tomar cuidado com o uso abusivo deste instrumento que veio para ficar e transformar, de forma definitiva, as relações humanas.

*Rogério Lorenzetti, ex-prefeito de Paranavaí, período de 2009/2016