Chances de restabelecer contato com robô que pousou em cometa são quase nulas
O sucesso da missão aliado a uma hábil jogada de marketing tornou o adeus do robô Philae, que pousou em um cometa em 2014, doloroso para quem acompanha o noticiário científico.
Aparentemente sem bateria há sete meses, o módulo entrou em "hibernação permanente" e deixará de receber instruções operacionais por serem quase nulas as probabilidades de restabelecer contato, segundo anúncio da Agência Espacial Europeia (ESA) nesta sexta-feira (12).
A Philae é uma mininave autônoma que se desprendeu da nave Rosetta após dez anos viajando como sua passageira. O objetivo dos cientistas era levar o robô ao solo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko para investigações, o que de fato ocorreu em novembro de 2014.
O 67P é um cometa de curto período, que dá uma volta em torno do Sol a cada 6,5 anos. Em seu ponto mais distante, ele vai além de Júpiter. No mais próximo, chega perto da órbita terrestre.
O pouso da Philae foi um feito sem precedentes na história da exploração espacial. Equipado com dez instrumentos de observação científica, a pequena nave conseguiu trabalhar por 60 horas antes que suas baterias se esgotassem completamente.
Depois de capotar duas vezes enquanto percorria o relevo acidentado do cometa, o robô – que tem o tamanho de uma máquina de lavar roupas – acabou ficando sem a exposição necessária aos raios de solares para continuar trabalhando.
Em junho de 2015, o módulo despertou de sua hibernação, reacendendo a esperança dos cientistas, mas desde 9 de julho não voltou a mostrar sinais de atividade.
Nem mesmo em agosto, quando o cometa passou por seu periélio – o ponto mais próximo do Sol em sua trajetória elíptica -, a sonda conseguiu despertar, provavelmente coberta pelo pó que se desprende do corpo celeste.
Mesmo assim, os cientistas consideram que os resultados obtidos são excepcionais e assinalam que Philae conseguiu realizar 80% das observações previstas.
"A missão Philae foi ímpar", diz Pascale Ehrenfreund, do Centro Espacial Alemão. "Além de ter sido o primeiro robô a pousar na superfície de um cometa, recebemos dele informações fascinantes e inéditas".
Com sua câmara Civa (Comet Infrared and Visible Analyser), Philae observou a presença de grânulos de moléculas orgânicas que podem ter favorecido o surgimento de vida na Terra.
O nome da sonda é uma homenagem à pedra de roseta, encontrada em 1799 no Egito e que ajudou a decifrar os hieróglifos por conter o mesmo texto em grego.
O apego do público ao Philae se deu em grande parte a uma hábil política de marketing da ESA, que postava tuítes da sonda, e a animações no YouTube que transformaram Philae em um operário incansável.
"Fomos tão bem-sucedidos no antropomorfismo do Philae que o dia de sua morte é como matar o Bambi", gracejou Mark McCaughrean, conselheiro científico da ESA.
Em seu último tuíte, nesta sexta-feira (12), Philae diz: "Está frio e escuro aqui no#67P e as chances de contato com a @ESA_Rosetta são cada vez menores, mas eu não vou desistir".
A Rosetta continua suas investigações sobre o cometa até setembro.
Aparentemente sem bateria há sete meses, o módulo entrou em "hibernação permanente" e deixará de receber instruções operacionais por serem quase nulas as probabilidades de restabelecer contato, segundo anúncio da Agência Espacial Europeia (ESA) nesta sexta-feira (12).
A Philae é uma mininave autônoma que se desprendeu da nave Rosetta após dez anos viajando como sua passageira. O objetivo dos cientistas era levar o robô ao solo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko para investigações, o que de fato ocorreu em novembro de 2014.
O 67P é um cometa de curto período, que dá uma volta em torno do Sol a cada 6,5 anos. Em seu ponto mais distante, ele vai além de Júpiter. No mais próximo, chega perto da órbita terrestre.
O pouso da Philae foi um feito sem precedentes na história da exploração espacial. Equipado com dez instrumentos de observação científica, a pequena nave conseguiu trabalhar por 60 horas antes que suas baterias se esgotassem completamente.
Depois de capotar duas vezes enquanto percorria o relevo acidentado do cometa, o robô – que tem o tamanho de uma máquina de lavar roupas – acabou ficando sem a exposição necessária aos raios de solares para continuar trabalhando.
Em junho de 2015, o módulo despertou de sua hibernação, reacendendo a esperança dos cientistas, mas desde 9 de julho não voltou a mostrar sinais de atividade.
Nem mesmo em agosto, quando o cometa passou por seu periélio – o ponto mais próximo do Sol em sua trajetória elíptica -, a sonda conseguiu despertar, provavelmente coberta pelo pó que se desprende do corpo celeste.
Mesmo assim, os cientistas consideram que os resultados obtidos são excepcionais e assinalam que Philae conseguiu realizar 80% das observações previstas.
"A missão Philae foi ímpar", diz Pascale Ehrenfreund, do Centro Espacial Alemão. "Além de ter sido o primeiro robô a pousar na superfície de um cometa, recebemos dele informações fascinantes e inéditas".
Com sua câmara Civa (Comet Infrared and Visible Analyser), Philae observou a presença de grânulos de moléculas orgânicas que podem ter favorecido o surgimento de vida na Terra.
O nome da sonda é uma homenagem à pedra de roseta, encontrada em 1799 no Egito e que ajudou a decifrar os hieróglifos por conter o mesmo texto em grego.
O apego do público ao Philae se deu em grande parte a uma hábil política de marketing da ESA, que postava tuítes da sonda, e a animações no YouTube que transformaram Philae em um operário incansável.
"Fomos tão bem-sucedidos no antropomorfismo do Philae que o dia de sua morte é como matar o Bambi", gracejou Mark McCaughrean, conselheiro científico da ESA.
Em seu último tuíte, nesta sexta-feira (12), Philae diz: "Está frio e escuro aqui no#67P e as chances de contato com a @ESA_Rosetta são cada vez menores, mas eu não vou desistir".
A Rosetta continua suas investigações sobre o cometa até setembro.