Cidade se despede de Euclides Bogoni, o pioneiro da comunicação no Noroeste

Uma multidão de paranavaienses, pessoas da região e de outros estados se despediram ontem do jornalista Euclides Bogoni, sepultado pela manhã no cemitério central de Paranavaí.
Foi o último gesto de homenagem ao diretor do Diário do Noroeste, falecido na madrugada da última quarta-feira. O cortejo foi marcado pela emoção e destaque aos seus ensinamentos de fé, coragem e de trabalho.
O velório, que teve início às 9h de anteontem, se estendeu até pouco antes das 10h de ontem, na Capela do Plano Prever. Durante a noite o bispo diocesano, Dom Geremias Steinmetz proferiu a bênção na presença de familiares e amigos de Euclides Bogoni.
Já na tarde de ontem, o bispo emérito de Paranavaí, dom Rubens Augusto de Souza Spínola, entrou em contato com a família Bogoni. Prestou solidariedade e informou que não pôde comparecer às homenagens por orientação médica. Às 18h, faria uma oração especial em intenção à alma de Euclides Bogoni.
Pouco antes das despedidas na capela, rapidamente uma grande carreata se formou para acompanhar o corpo do ilustre paranavaiense até o cemitério, homem que entre as homenagens em vida, recebeu o título de Cidadão Honorário de Paranavaí em 1979 e Cidadão Honorário do Paraná, em 30 de maio de 2014.
Ao som de músicas religiosas, de reconhecimento pela vida e aplausos dos amigos, lideranças e anônimos de todas as idades e classes sociais, o caixão foi colocado no caminhão do Corpo de Bombeiros por uma guarnição especial.
A família se juntou e o cortejo seguiu pelas ruas Antônio Felipe, Guaporé, Getúlio Vargas e Paraíba sob acenos do povo, até chegar ao cemitério central, onde mais uma vez um grande número de pessoas aguardava.
O caixão foi retirado do caminhão e encaminhado à sepultura, novamente com salva de palmas, música, orações e uma sensação de vazio que apertava o peito e provocava lágrimas.
Coube ao padre Geraldo Bogoni, irmão de Euclides, a oração derradeira no ritual fúnebre, rogando a Deus pela alma do paranavaiense de tantos exemplos.
Uma “chuva” de flores e centenas de coroas de homenagens marcaram a descida à sepultura, às 10h44 deste 23 de junho de 2016.
Euclides Bogoni, nascido em Videira – SC, no dia 28 de fevereiro de 1934, patrão de muitos, irmão de todos, ser humano de raro desprendimento, repousa ao lado da mãe dona Maria, do pai seu Ângelo e do irmão Zelindo, sob a sombra de uma Sibipiruna, simbolizando a criação e a vida que se renovarão nos seus exemplos. O brasão dos Bogoni, forjado em aço escovado, indica que “Aqui descansa em paz grandes paranavaienses”.
INFORMAÇÕES – O diretor do Diário do Noroeste, Euclides Bogoni, faleceu na madrugada de anteontem, vítima de complicações respiratórias provocadas por pneumonia. Deixa a esposa Cira e os filhos Sérgio, Vladimir e Tânia Mara.
Dentre as atividades empresariais e sociais, destaca-se a fundação do DN, em 23 de outubro de 1955. Também foi militante do Rotary Club e incentivador de vários clubes de serviços, entidades de classe e beneficentes.
A morte de Euclides Bogoni provocou comoção no Noroeste e repercutiu em todo o Estado. Centenas de manifestações foram enviadas à família e ao Diário do Noroeste, de onde recepcionou um número incontável de pessoas, tendo no seu jeito simples e no acolhimento com a cuia de chimarrão as marcas características que o acompanharam por mais de seis décadas de trabalho.