Citricultura deve movimentar R$ 220 milhões durante a safra 2013/2014

A citricultura deve movimentar R$ 220 milhões em toda a região Noroeste do Paraná durante a safra 2013/2014. O valor supera os cálculos da temporada anterior, quando produtores de laranja e indústrias somaram aproximadamente R$ 180 milhões.
O aumento está sendo impulsionado principalmente por causa da expressiva quebra de 25% na safra de laranja em São Paulo, mas não representa, necessariamente, alta na produção. A exemplo do ano passado, a estimativa é que os produtores de Paranavaí e região colham 14 milhões de caixas de laranja.
De acordo com o presidente da Sociedade Rural do Noroeste do Paraná (SRNP), Gilberto Pratinha, que também é citricultor, a região reúne aproximadamente 450 produtores – a maioria deles, de pequeno e médio porte. Eles respondem por uma área de plantação de 17 mil hectares e empregam 7.000 pessoas.
O trabalho já teve início. No mês passado as frutas que se destinam ao mercado in natura já começaram a ser colhidas, e a partir desta semana será a vez de colher as laranjas para a indústria de suco concentrado. A primeira variedade deve totalizar 4 milhões de caixas. A segunda, 10 milhões.
MERCADO EXTERNO – Pratinha explica que a exportação representa 99% da produção regional. Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e Japão são alguns dos principais compradores do suco de laranja industrializado no Noroeste do Paraná. “O mercado interno ainda é pequeno porque o brasileiro não tem o hábito de tomar suco concentrado”.
Mas a crise econômica que afeta muitos países europeus desde 2009 tem impacto direto na citricultura brasileira. “O consumo menor na Europa e nos Estados Unidos afetou o mercado provocando um achatamento nos preços e menor rentabilidade para os produtores”, diz o presidente da SRNP.

Limitação de mão-de-obra, outra dificuldade
Não bastasse a dificuldade enfrentada pelos principais países consumidores do suco produzido na região Noroeste do Paraná, outras dificuldades recaem sobre a cadeia produtiva da laranja. A limitação de mão-de-obra é uma delas. “Faltam trabalhadores para o campo. Temos de trazer pessoas de outros estados para fazer a colheita”, destaca Pratinha.
Os altos custos para a manutenção dos pomares e a redução gradual na extensão da área de plantio – em três anos devem ser 4.000 hectares a menos em toda a região – também estão entre os problemas enfrentados pela cadeia produtiva da laranja.
GREENING – Pratinha demonstra outra preocupação em relação à citricultura do Noroeste do Paraná: o greening. Trata-se de uma doença causada por bactérias que provocam o amarelamento das folhas e a má formação dos frutos. Pelo menos 15% da produção regional é afetada e precisa ser eliminada.
O citricultor afirma que as políticas públicas de prevenção adotadas em 2007 e 2008 foram eficientes, mas, de lá para cá, pouco foi feito. Cabe aos produtores adotarem medidas para evitar que a doença se alastre, mas o fato de muitos manterem suas plantações próximas às cidades dificulta o controle da praga.