Cocaína renderia R$ 22 mi, diz especialista
Pela cotação média do varejo nos grandes centros brasileiros, a carga de cocaína apreendida no último domingo em helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) renderia cerca de R$ 22 milhões no mercado de entorpecentes.
A avaliação é do jornalista Tarso Araújo, autor de "Almanaque das Drogas" (editora Leya, 2012).
"Entrevistando traficantes e policiais no fim de 2011, apurei que o preço médio de um grama de cocaína nas ruas de São Paulo é de pelo menos R$ 50. De lá para cá, o preço não mudou", afirma Araújo.
O helicóptero da Limeira Agropecuária, empresa registrada em nome do filho do senador, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), foi apreendido pela Polícia Federal no interior do Espírito Santo após transportar 445 kg de cocaína. Pela cotação do varejo de R$ 50 o grama, o valor da carga pode ser estimado em R$ 22,25 milhões.
A estimativa ainda pode ser maior, afirma o jornalista, se considerada a prática do varejo de "batizar" a cocaína com outros produtos para aumentar o volume da droga.
"No Brasil, os varejistas desmancham essa cocaína e misturam a droga com vários tipos de pó branco –o mais comum é o fermento químico em pó. A proporção do "batismo’ varia. Um traficante que entrevistei confessou ter diluído uma parte de cocaína em oito de fermento", afirmou Araújo.
A família Perrella nega envolvimento com o tráfico. Por meio de advogado, disse que o piloto havia informado apenas que faria um frete com a aeronave, e que essa prática é comum para arcar com despesas de manutenção do helicóptero.
O piloto, o copiloto e dois homens que descarregavam a droga estão presos. Piloto e copiloto negaram envolvimento da família Perrella nos primeiros depoimentos à Polícia Federal. Também disseram que desconheciam que a carga era de cocaína. O piloto disse que receberia R$ 106 mil pelo transporte – já o copiloto afirmou que o pagamento seria de R$ 60 mil.
O jornalista disse ainda acreditar que a droga tenha entrado no Brasil pelo Paraguai, já que um dos homens que descarregavam a droga afirmou saber que a carga tinha origem no país vizinho. "O Paraguai é rota de cocaína há pelo menos quatro anos, droga vinda do Peru e da Bolívia", afirmou.
Piloto e copiloto disseram à PF apenas que carregaram o helicóptero na região de Avaré (SP), mas não deram mais detalhes.
VERBA DE GABINET – O deputado Gustavo Perrella (SDD) usou parte da verba indenizatória a que os deputados estaduais têm direito mensalmente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para abastecer o helicóptero da sua empresa, apreendido no domingo passado com 443 kg de cocaína.
Nas prestações de contas apresentadas pelo deputado ao Legislativo Estadual, foram gastos neste ano ao menos R$ 11.253,44 com combustíveis para aeronaves. O mais recente registro de compra do combustível é 1º de outubro.
A avaliação é do jornalista Tarso Araújo, autor de "Almanaque das Drogas" (editora Leya, 2012).
"Entrevistando traficantes e policiais no fim de 2011, apurei que o preço médio de um grama de cocaína nas ruas de São Paulo é de pelo menos R$ 50. De lá para cá, o preço não mudou", afirma Araújo.
O helicóptero da Limeira Agropecuária, empresa registrada em nome do filho do senador, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), foi apreendido pela Polícia Federal no interior do Espírito Santo após transportar 445 kg de cocaína. Pela cotação do varejo de R$ 50 o grama, o valor da carga pode ser estimado em R$ 22,25 milhões.
A estimativa ainda pode ser maior, afirma o jornalista, se considerada a prática do varejo de "batizar" a cocaína com outros produtos para aumentar o volume da droga.
"No Brasil, os varejistas desmancham essa cocaína e misturam a droga com vários tipos de pó branco –o mais comum é o fermento químico em pó. A proporção do "batismo’ varia. Um traficante que entrevistei confessou ter diluído uma parte de cocaína em oito de fermento", afirmou Araújo.
A família Perrella nega envolvimento com o tráfico. Por meio de advogado, disse que o piloto havia informado apenas que faria um frete com a aeronave, e que essa prática é comum para arcar com despesas de manutenção do helicóptero.
O piloto, o copiloto e dois homens que descarregavam a droga estão presos. Piloto e copiloto negaram envolvimento da família Perrella nos primeiros depoimentos à Polícia Federal. Também disseram que desconheciam que a carga era de cocaína. O piloto disse que receberia R$ 106 mil pelo transporte – já o copiloto afirmou que o pagamento seria de R$ 60 mil.
O jornalista disse ainda acreditar que a droga tenha entrado no Brasil pelo Paraguai, já que um dos homens que descarregavam a droga afirmou saber que a carga tinha origem no país vizinho. "O Paraguai é rota de cocaína há pelo menos quatro anos, droga vinda do Peru e da Bolívia", afirmou.
Piloto e copiloto disseram à PF apenas que carregaram o helicóptero na região de Avaré (SP), mas não deram mais detalhes.
VERBA DE GABINET – O deputado Gustavo Perrella (SDD) usou parte da verba indenizatória a que os deputados estaduais têm direito mensalmente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para abastecer o helicóptero da sua empresa, apreendido no domingo passado com 443 kg de cocaína.
Nas prestações de contas apresentadas pelo deputado ao Legislativo Estadual, foram gastos neste ano ao menos R$ 11.253,44 com combustíveis para aeronaves. O mais recente registro de compra do combustível é 1º de outubro.