Colheita está começando, mas já é hora de fazer análise de solo e calagem

Depois de um ano com muita chuva e calor, condição favorável para o desenvolvimento vegetativo das plantas, somado ao estresse provocado por uma pequena estiagem e o frio que se seguiu, as condições são consideradas boas para a floração dos pomares.
A colheita está em seu início, mas se o clima continuar ajudando, a florada da safra do ano que vem promete ser intensa, o que demandará um cuidado especial com a adubação, segundo orienta José Quaggio, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Em companhia, entre outros, de Robson Ferreira, coordenador técnico de culturas perenes da Cocamar, Quaggio percorreu recentemente pomares na região da cooperativa.
De acordo com o pesquisador, o ponto de partida para qualquer trabalho de fertilização é conhecer as condições do solo e este é o momento para coleta de amostras e análise química, que deve ser feita em duas profundidades: 0-20 e 20-40 cm.
“Para fazer uma boa amostra é preciso fazer a coleta em meio metro para dentro da projeção da copa do pé de laranja e meio metro para fora, misturando as duas, selecionando 15 árvores aleatoriamente dentro do talhão, andando em ziguezague”, explica.
METODOLOGIA – Quaggio ressalta que como plantas perenes recebem adubo todo ano e sempre no mesmo lugar, é preciso adotar uma metodologia mais moderna de análise do solo para avaliar com maior precisão sua real condição.
“Costuma haver um efeito residual da adubação, especialmente de fósforo, que leva a um desequilíbrio dos nutrientes quando ele aparece em excesso, diminuindo a disponibilidade de zinco, fundamental para o crescimento de ramos novos e da planta”.
A Cocamar firmou parceria com o IAC para realizar as análises de solo dos pomares de sua região citrícola. Com os resultados em mãos, o produtor poderá, com o seu agrônomo, elaborar um plano de manejo de fertilidade, com correção de acidez por meio da calagem e do uso de gesso, como fonte de calcário com solubilidade maior.
“Tudo isso deve ser feito agora, com antecedência, preparando o solo para a adubação em setembro ou outubro, no início das chuvas”, diz o pesquisador, ressaltando que as formulações e doses aplicadas nos diferentes talhões dependem das características químicas do solo e da previsão de colheita.

Repor micronutrientes
No final de abril o pesquisador do IAC, José Quaggio, rodou toda a região citrícola da Cocamar, no noroeste e norte do Paraná, avaliando o estado nutricional dos pomares, em companhia da equipe técnica da cooperativa.
De um modo geral, segundo ele, a avaliação apontou que os pomares estão em boas condições, bem preparados para a próxima florada, com satisfatório desenvolvimento vegetativo.
No entanto, as altas temperaturas ocorridas principalmente em outubro do ano passado, durante o período de fixação dos frutos, fez com que houvesse a queda de um número grande de “chumbinhos”, reduzindo a produtividade da safra atual, que começa a ser colhida.
“Tenho observado, também, uma frequente deficiência em micronutrientes nos pomares. O produtor não pode esquecer que os micronutrientes, apesar de usados em pequenas quantidades, não são menos importantes”, destaca.
*Matéria de Marly Aires publicada no jornal de serviço da Cocamar